UOL Carros
Segunda geração do Chevrolet Cruze sedã começa a ser vendida no final de junho, a partir de R$ 89.990, com fabricação agora na Argentina e alinhada ao modelo homônimo produzido os EUA, dos quais quatro milhões de unidades já foram produzidas desde 2008.
Sua derivação hatch (que chega ao Brasil no segundo semestre) chama-se Astra na Europa e foi eleita Carro do Ano em 2016.
O salto tecnológico inclui carroceria de maiores dimensões – 6,2 cm mais comprida, 0,9 cm mais alta e entre-eixos 1,5 cm maior -, com rigidez aumentada em 25% e, ao mesmo tempo, 106 kg mais leve sem aplicação de alumínio em alta escala.
Coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,30 melhorou 15%: até a terceira luz de freio no teto recebeu atenção especial. Um dos pontos de maior destaque, motor turboflex – único disponível – de 1,4 litro, alcança 153 cv a 5.200 rpm e 24,5 kgfm a 2.000 rpm (etanol), além de dispor de sistema desliga-liga suave e preciso.
Recheio de primeira
Internamente, melhorou bastante o painel sem fugir da tradição do habitáculo dianteiro duplo que estreou no Corvette, em 1953, e mantido como conceito. Surpreende não haver plásticos macios. A marca preferiu investir na costura francesa (duplo pesponte) dos bancos de couro e laterais de portas.
Também estão aprimorados a central multimídia MyLink de segunda geração, com tela capacitiva de 8 polegadas, e o mostrador de 4 polegadas no centro do quadro de instrumentos. Entre as informações úteis estão pressão dos pneus e, em porcentagem, a vida útil restante do óleo do motor.
O sistema de concierge OnStar, de segunda geração, continua de série. Há possibilidade de carregamento de celulares por indução (sem fio), restrito ao sistema Android. No pacote de tecnologia destacam-se o assistente de permanência na faixa, alertas de colisão frontal (não freia de forma autônoma) e de ponto cego, sistema de estacionamento automático e farol alto inteligente.
Perfeito casamento do motor de torque elevado com o câmbio automático convencional de seis marchas, direção precisa e suspensões muito bem acertadas estão entre as boas qualidades do Cruze.
Bateria, por exemplo, foi deslocada para a parte traseira a fim de melhor distribuir o peso entre os eixos dianteiro e traseiro. Interessante o reposicionamento dos espelhos retrovisores para melhora do campo visual, especialmente favorável no uso urbano.
A fábrica informa aceleração de 0 a 100 km/h em 8,5 s e nota A em consumo pelo padrão Inmetro: 11,2 km/l e 14,0 km/l, respectivamente em cidade e estrada, quando abastecido com gasolina; e 7,6 km/l e 9,6 km/l (idem, com etanol). Isso o projeta na melhor colocação entre sedãs médios vendidos no Brasil.
Quanto vale?
Questão delicada é a dos preços – versão de topo sai por R$ 107.450, que precisa ser avaliada dentro do cenário inflacionário de 10% no ano passado, em primeiro lugar. Depois de quase uma década de reajuste abaixo do IPCA, a festa acabou.
Desvalorização cambial trouxe impacto nos custos. Seria até maior, se o modelo não viesse da Argentina. Novos itens, antes inexistentes ou opcionais, são a forma de atrair compradores de maior poder aquisitivo.
A diferença de valor percebido sobre o ano-modelo 2016, segundo cálculos da GM, vai de R$ 5.000 na versão LT até R$ 14.000 na LTZ. (UOL Carros/Fernando Calmon)