Centro de serviços da Toyota reduziu carga horária há 13 anos

The New York Times

 

A adesão de empresas à carga horária reduzida na Suécia é um movimento recente. Mas há quem tenha adotado o modelo há mais tempo e já colha os resultados dessa experiência.

 

Um centro de serviços automotivos da Toyota, na cidade de Gotemburgo, passou a funcionar seis horas por dia há 13 anos como meio de resolver os problemas de estresse dos empregados e queixas de clientes sobre o tempo de espera.

 

Com o novo sistema as oficinas ficam abertas por um período mais longo e novos negócios foram desenvolvidos. “O que observamos hoje é que os empregados estão no mínimo realizando o mesmo volume de trabalho num período de seis horas, com frequência até maior do que quando trabalhavam oito horas por dia”, diz Martin Banck, diretor do centro de serviços. “É um trabalho pesado, mas eles têm resistência e estamos tendo mais lucro e clientes porque os consertos dos carros são mais rápidos”.

 

Tempo para a família. Os empregados dizem que ficam mais felizes com mais tempo livre. “Resumindo, trabalhamos com mais eficiência”, diz Matthias Larsson, de 33 anos. Graças ao tempo de trabalho mais curto ele pode cuidar dos três filhos, cozinhar, limpar e fazer as compras enquanto sua mulher está trabalhando.

 

Eficiência também é uma boa palavra para resumir a experiência de Maria Brath em sua startup de otimização de buscas na internet, fundada há três anos em Estocolmo. “Pensávamos que a adoção de uma semana de trabalho mais curta implicaria a necessidade de contratar mais funcionários, mas isso não aconteceu porque agora todo mundo trabalha com maior eficiência”, diz Maria. Desde o início, ele decidiu adotar uma jornada diária de seis horas.

 

A companhia, que tem 20 funcionários, vem dobrando anualmente seu faturamento e lucro. “Não mandamos e­mails desnecessários nem nos demoramos em reuniões”, observou Thommy Ottinger, funcionário da startup.

 

Embora uma jornada de seis horas seja ideal para organizações de menor porte, como a de Maria Brath, as grandes companhias suecas não se apressaram em adotar o conceito. E outras cidades no país que experimentaram a ideia de uma jornada diária de trabalho mais curta acabaram abandonando­a.

 

Na cidade de Kiruna, no norte do país, as autoridades revogaram a jornada de seis horas para 250 funcionários municipais depois de 16 anos, citando as despesas muito altas e o ressentimento de empregados que não foram enquadrados no programa. (The New York Times)