UOL Carros
A Geely Motors não faz mais parte do grupo de fabricantes automotivas atuantes no Brasil. Isso apenas dois anos e um mês depois de uma estreia – ocorrida em março de 2013 -, recheada de pretensões, como a de incomodar JAC, Chery e Lifan e se tornar a chinesa mais popular do país.
UOL Carros apurou no Salão de Pequim 2016 que José Luiz Gandini, nome forte da coreana Kia e importador oficial da Geely no país, desistiu com as operações.
Consultada por UOL Carros, a Geely do Brasil confirmou a informação e disse que a decisão acontece em acordo com a matriz chinesa. Segundo a empresa, a decisão é temporária e foi tomada por conta da dificuldade em se atuar no mercado com a alta do dólar, mas que o grupo trabalha com prioridade para retornar.
Vendas
Ninguém sentirá saudades, aparentemente: com dois produtos à disposição – o sedã médio EC7 e o subcompacto GC2, mais conhecido como “Panda” -, a montadora simplesmente não aparece na lista de vendas da Fenabrave (associação dos concessionários), obviamente devido ao índice ínfimo de vendas.
Por exemplo, o EC7 emplacou meras 473 unidades desde seu lançamento, em março de 2014, cerca de 20 carros por mês. Sequer há dados em relação ao GC2, embora seja difícil acreditar em números muito superiores.
Curiosamente, a Geely era uma das empresas chinesas que mais tinham condições de se dar bem no Brasil. Por operar com linha de montagem em CKD em Nordesk (Uruguai), o grupo escapava das cotas de super-IPI do Inovar-Auto. Com isso, conseguiu segurar até o fim o preço do “pandinha” a R$ 29.900.
Entretanto, faltou melhor divulgação da marca e capilaridade da rede – limitada a 25 concessionárias -, além de sorte para encontrar um mercado mais estável.
Também pesou para o fracasso o fato de a Kia, menina-dos-olhos de Gandini, ter atrofiado após a chegada do InovarAuto, o que limitou a capacidade (e a vontade) de investimento do empresário. (UOL Carros/Leonardo Felix)