UOL Carros
São dois anos e meio sem ter do que reclamar. Desde que a atual diretoria da Audi do Brasil assumiu, tendo o alemão Jörg Hofmann como presidente-executivo, a marca trocou a quarta posição pelo primeiro lugar no segmento de luxo no país. Como manter o posto? Nada de mexer nas peças, nem de novas ideias a longo prazo – o momento é de pensar a curto prazo.
“O país atravessa um momento complicado em que fica difícil prever quais serão as regras nos próximos dois ou três anos, por isso não é possível pensarmos no longo prazo”, afirmou Hofmann a UOL Carros.
“Neste momento, a Audi pensa a curto prazo para garantir bons resultados em cada uma das nossas áreas de atuação”, completou o executivo.
Na prática, isso significa que A3 Sedan e Q3 seguem como únicos modelos fabricados no Paraná, por ora. Depois de descartar (no atual cenário) a fabricação do inédito Q2 (SUV pequeno), a Audi também segurou o pé quanto a seu carro-chefe global: o A4, cuja nova geração foi lançada na quarta (6), segue sem planos de produção local.
Rivais como BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C (que começou a ser feito em Iracemápolis/SP e ganhou variante 1.6 flex) são feitos no Brasil. Até mesmo a Jaguar segue na bolsa de apostas com seu novo XE.
Incluir o A4 nos planos locais exigiria mudança drástica na estratégia a longo prazo, com investimentos pesados (o carro usa a plataforma MLB, uma variante da MQB usada em todos os carros feitos no Brasil, o que demandaria grande adaptação). E o momento não é para isso.
Mas o carro terá missão de dobrar volume e garantir bons resultados à marca: “Considerando as limitações de volume por conta importação, temos um produto que tem condições de ser referência no segmento B e dobrar vendas”.
“É um sedã que tem papel importante para a estratégia da marca no Brasil”, finalizou Hofmann.
Boas ideias imediatas
Assim, estratégia é atualizar a linha de importados com as versões mais atuais (além de Q7 e A4, chegam os novos R8 e TTRS) e reforçar o pós-venda (mão-de-obra qualificada, revisões em até 1 hora e manter estoque de até 95% das principais peças de reposição).
Após vender 17.541 unidades em 2015 e ultrapassar a Mercedes-Benz (o segmento, como um todo, cresceu pouco mais de 50%, enquanto o mercado de carros caiu cerca de 20%), a Audi fala em manter o ritmo de vendas em 2016, apesar do mercado como um todo esperar nova queda (a retração geral no primeiro trimestre foi de 23%). (UOL Carros/Eugênio Augusto Brito)