Investimentos e Notícias
A Ford está na linha de frente da pesquisa de biomateriais na indústria automotiva e já utiliza vários desses produtos na fabricação de seus veículos, como soja, coco, casca de arroz, palha de trigo e sisal. Outros materiais também se encontram em fase de teste para entrar nessa lista, como cana de açúcar, milho, bambu, dente-de-leão, algas e até fibra de tomate.
A Ford tem como meta atingir em todos os seus carros globais um índice de 95% de materiais recicláveis e renováveis – que podem ser empregados para produção de energia. Os biomateriais fazem parte dessa estratégia para redução do impacto ambiental.
No Brasil, os caminhões Cargo usam um composto de fibra de sisal no painel de instrumentos desenvolvido localmente. Além de leve e altamente resistente, esse material sem cheiro é encontrado em abundância no estado da Bahia e se adequa com facilidade aos processos de moldagem e injeção de peças.
Todos os carros da marca produzidos na América do Sul, incluindo as linhas Ka, New Fiesta, Focus, EcoSport, já utilizam de 5 a 7 kg de PET reciclado em seus carpetes, forro de teto, caixas de roda e mantas de forração acústica, além de sobras de tecidos como jeans em estofamentos, carpetes e forros. O Ka, por exemplo, utiliza o equivalente a 39 garrafas PET de dois litros na versão hatch, e até 41 garrafas PET no modelo Ka+. Ambos também o equivalente a seis calças jeans. O Focus Hatch e o Focus Fastback contêm cerca de 11 kg de materiais reciclados.
“Antes de serem aprovadas, todas essas matérias-primas têm de apresentar a mesma qualidade do material novo e atender os requisitos globais da Ford de desempenho, segurança, aparência e sustentabilidade. Na Europa, por exemplo, já é obrigatório por lei que os veículos tenham uma porcentagem de materiais reciclados na sua fabricação. O Brasil futuramente deve seguir o mesmo caminho e já estamos preparados”, diz Cristiane Gonçalves, supervisora de Engenharia de Materiais da Ford América do Sul.
Na América do Norte, a maior parte dos carros da Ford traz espuma de soja na composição dos bancos. Roupas de algodão, garrafas plásticas, fibra de madeira e palha de trigo são outros materiais usados em modelos como o Escape, Focus Electric e Flex. Pó de coco, extraído da casca do fruto, entra na composição dos protetores de porta-malas de alguns modelos. Desde 2014, a Ford também pesquisa em parceria com a Heinz o uso da fibra de tomate para o desenvolvimento de um material alternativo ao plástico para a produção de suportes de fiação e porta-objetos. (Investimentos e Notícias/Nicole Ongaratto)