Natureza humana é empecilho para os carros que se dirigem sozinhos

News York Times

 

Os entusiastas dos automóveis, depois de ouvirem executivos do setor discutindo a tecnologia incluída em seus veículos para que eles funcionem sem motoristas, mereceriam ser desculpados se terminassem acreditando que carros robotizados sairão sozinhos das concessionárias, em breve.

 

Carlos Ghosn, presidente­executivo da Renault­Nissan Alliance, anunciou em um evento de mídia no dia 7 de janeiro, no laboratório de pesquisa de sua empresa no Vale do Silício, que a Nissan lançaria 10 veículos autoguiados nos próximos quatro anos.

 

Elon Musk, presidente­executivo da Tesla Motors, foi além. Em conversa telefônica com jornalistas, ele afirmou que o Autopilot, um recurso introduzido no Modelo S da Tesla, lançado no final do ano passado, “no momento provavelmente dirige melhor que uma pessoa”.

 

Musk disse também que, dentro de um ou dois anos, seria tecnicamente viável chamar um Tesla para apanhar seu motorista do outro lado do país.

 

Mas existe um crescente descompasso entre o que esses executivos vêm dizendo e o que a maioria das pessoas pensa ao ouvir as descrições dos executivos e cientistas sobre os carros autônomos ou autoguiados.

 

O que Musk e Ghosn estão descrevendo são carros dotados de capacidades avançadas que podem ajudar o motorista ou se autoguiar em situações complicadas, como balizas em ruas movimentadas.

 

Os carros verdadeiramente autônomos fazem todo o trabalho, como os veículos arredondados que o Google vem testando na região de sua sede no Vale do Silício, e estão a pelo menos uma década de distância de transportar pessoas pelas ruas de uma cidade, disse Xavier Mosquet, sócio sênior do Boston Consulting Group e diretor­executivo do escritório da consultoria em Detroit.

 

“Será uma viagem, e uma viagem razoavelmente longa”, ele disse. (News York Times/John Markoff)