O Mundo em Movimento
Num ano em que as vendas de veículos novos tiveram uma das maiores quedas da história (-25,6% – veja matéria), o setor de usados só tem a comemorar: foram vendidos nada menos do que 13.357.296 carros usados em 2015, volume parecido com o do ano anterior (13.360.306), com um aumento residual de 0,02%.
Manter o volume de vendas num ano tão difícil como 2015 já é motivo de comemoração, mas se o foco for o segmento de carros seminovos (com até três anos de uso), aí sim é só alegria. As vendas de carros seminovos tiveram um aumento de 33,6% no ano passado, com um volume total de 4.035.316 unidades entre todos os segmentos (carros, comerciais e motos), contra 3.019.558 unidades vendidas em 2014.
Qual a razão de uma discrepância tão grande entre os seminovos e os outros segmentos (novos, usados e velhinhos).
Diante das incertezas da economia, o consumidor resolveu segurar o dinheiro. Optou pelo usado em detrimento do OK, desembolsando menos dinheiro e adiando a compra do zero. Do ponto de vista financeiro foi uma boa alternativa: investiu num carro já depreciado e fez uma poupança para um futuro incerto, procedimento que confirma a tese de que o País viveu (e vive) uma crise de confiança e não exatamente de dinheiro.
Outro elemento que corrobora com a tese é que milhares de cartas de créditos de consórcios contemplados não foram utilizadas por seus portadores, que estão adiando a compra esperando um momento mais favorável do mercado. (O Mundo em Movimento/Joel Leite)