O Estado de S. Paulo
Após um ano de ajustes nas contas e dois cortes no orçamento, em meio à forte depreciação cambial e à queda nas cotações de petróleo, a Petrobrás planeja divulgar até o próximo mês um novo plano de investimentos para o período de 2016 a 2020.
O orçamento de 2016 será ainda mais enxuto do que os US$ 19 bilhões anunciados em outubro, na última revisão do plano de negócios.
Os investimentos devem reforçar o novo perfil da empresa, focado na produção em águas profundas e com gasto menor na atividade exploratória.
No segmento de produção e venda de combustíveis, a petroleira considera até mesmo perder participação de mercado para concorrentes. Os preços praticados pela estatal estão mais altos que o valor cobrado no exterior – medida adotada para recompor o caixa da petroleira.
Como consequência, outras distribuidoras passaram a ampliar importações de combustíveis para revender em suas redes a preços mais competitivos, ampliando sua presença no mercado doméstico. Ainda assim, a avaliação na Petrobrás é que entre investir e perder participação de mercado, a empresa prefere a segunda opção.
Além de investir menos, a petroleira pode ainda aumentar a lista de ativos à venda, caso perceba que a meta de arrecadação com essas vendas não será atingida.
A venda de ativos continua como a principal arma da estatal para reduzir sua alavancagem, indicador que mede a relação entre o endividamento e a capacidade de geração de receita da companhia. No terceiro trimestre de 2015, a empresa declarou endividamento total acima de R$ 500 bilhões. (O Estado de S. Paulo)