Folha de S. Paulo
A Ferrari separouse legalmente, ontem (3), do grupo ítaloamericano FCA (Fiat Chrysler Automobiles) e agora prepara sua chegada à Bolsa de Milão nesta segunda (4).
Essa operação, prevista para as 9h em horário local (6h no horário de Brasília), reunirá representantes empresariais, esportivos, sociais e políticos em torno da mundialmente reconhecida marca.
É esperada a presença do primeiroministro italiano, Matteo Renzi, que, na ocasião do lançamento das ações da Ferrari em Wall Street, em 21 de outubro de 2015, declarou: “O mundo ama a Itália”.
Os detentores de ações da FCA receberão uma ação ordinária da Ferrari por cada dez ordinárias do grupo. Todas as ações da FCA na companhia resultante da cisão passam a uma nova empresa holandesa, FE Interim B.V, constituída recentemente para este fim.
A cisão faz parte de uma série de operações dirigidas a separar a participação da FCA na Ferrari e a distribuir suas ações entre os acionistas do grupo.
Na prática, os sócios da FCA ficarão com 80% da Ferrari e os rumos seguirão sendo decididos pela família Agnelli, que a controlará, por meio de sua holding Exor, com 33,4% das ações com direito de voto.
“Agora que a Ferrari começa um novo capítulo de sua história, com este acordo nossas duas famílias pretendem criar as condições necessárias para preservar sua força e unidade”, declarou recentemente John Elkann, presidente da FCA e neto de Gianni Agnelli, sobre os vínculos entre a Ferrari e os Agnelli.
Tradição
A história da Ferrari começou em 1929, quando foi fundada pelo piloto de corridas Enzo Ferrari como uma escuderia de automóveis, principalmente de competição.
Em 1947 é finalizada a primeira unidade da fábrica, na região de Maranello, depois que a empresa sofreu grandes danos durante os bombardeios na Segunda Guerra Mundial.
Nos anos 1960, a companhia começou a forjar a lenda da marca, decorada com o famoso cavalo preto sobre o fundo amarelo.
Em 1988, a Fiat ampliou sua participação na Ferrari para 90%. Em 1991, Luca Cordero di Montezemolo entra na companhia com a dupla função de presidente e diretorgeral, adotando mudanças que afetaram tanto os modelos da marca como a divisão esportiva.
Entre 2000 e 2010, a Ferrari teve êxito na Fórmula 1: a escuderia conquistou 13 campeonatos mundiais, seis de pilotos (cinco com o alemão Michael Schumacher) e sete de construtores.
Em 2009, a italiana Fiat adquiriu a americana Chrysler em uma operação que se completou em 2014 e acarretou na criação da FCA. (Folha de S. Paulo)