UOL Carros
Tudo corre dentro do cronograma nos planos da Mercedes-Benz para nacionalizar a produção do sedã Classe C e do crossover compacto GLA no Brasil. A fábrica de Iracemápolis (SP) já está em estágio final de construção e, após o fim das obras, no início de 2016, as primeiras unidades pré-série começarão a ser produzidas.
UOL Carros apurou que o primeiro modelo a sair de lá será o Classe C, nas configurações C 180 (motor 1.6 turbo de 156 cv), C 200 (2.0 de 184 cv) e C 250 (mesmo 2 litros recalibrado para chegar a 211 cv). O lançamento está programado para o final do primeiro trimestre, na virada de março para abril.
A grande novidade é que a versão de entrada do Classe C brasileiro vai, enfim, ser capaz de beber tanto gasolina quanto etanol. O motor 1.6 turboflex que equipa as versões 200 de Classe A, Classe B,CLA e GLA 200 fará sua estreia no sedã tão logo ele seja nacionalizado, mas deve parar por aí. Fontes da fabricante afirmam que, por enquanto, o propulsor maior seguirá apenas a gasolina.
“Assim que o Classe C flex chegar, conseguiremos fazer com que mais de 50% de nossas vendas sejam de produtos bicombustível, usando apenas um motor”, enfatizou uma delas.
GLA chega “atrasado”
Já o GLA nacional deve ser apresentado só no segundo semestre, nas configurações 200 (1.6 já flex) e 250 (2.0 a gasolina). Ele será o último entre os SUVs compactos premium alemães a ganhar produção local.
BMW X1 já é montado em Araquari (SC), e trocará definitivamente de geração até o fim do primeiro trimestre de 2016. Também no início do ano que vem a Audi nacionalizará o Q3, equipando-o com o mesmo propulsor 1.4 TFSI flex de 150 cv do A3 Sedan.
Mesmos preços
Preços devem seguir no mesmo patamar da tabela atual, para os dois modelos. Atualmente, entre as versões que serão feitas aqui, o GLA parte de R$ 128.900 (200 Style) e chega a R$ 189.900 (250 Sport), enquanto o Classe C começa em R$ 135.900 (C 180) e vai até R$ 201.900 (C 250 Sport).
Isto porque, segundo a Mercedes, os carros nacionais manterão “o mesmo padrão mecânico, de acabamento e de equipamentos” dos importados. “Modificações serão mínimas e voltadas a atender demandas específicas de nosso mercado, como pneus de perfil mais alto e barras de teto trabalhadas para carregar uma bicicleta e não um esqui, por exemplo”, disse uma fonte. Aqui há uma discreta indireta à Audi, que trocou suspensão traseira e câmbio do A3 Sedan 1.4 feito em São José dos Pinhais (PR) – a configuração 2.0, porém, mantém as especificações europeias.
Mais provocações
As provocações não foram voltadas apenas à marca das quatro argolas. Executivos que conversaram com nossa reportagem fizeram questão de ressaltar que, ao contrário do que ocorre com o Série 3 bicombustível, que apresenta falhas em sistemas como o start-stop (motor é automaticamente desligado e depois religado a cada parada e arrancada) quando usa etanol, o propulsor flex da estrela de três pontas tem funcionamento equânime com ambos os tipos de combustível.
UOL Carros testou recentemente o GLA 200 Vision (R$ 154.900), mas ainda não pôde conferir se o turboflex de fato opera sem falhas, visto que a unidade em questão ainda era exclusivamente a gasolina. (UOL Carros/Leonardo Felix)