Folha de S. Paulo
Antonio Roberto Cortes, 60, presidente da MAN Latin America (divisão de caminhões do grupo Volkswagen), falou sobre o mercado de veículos pesados durante um encontro com jornalistas, realizado na última quartafeira (9).
Prejuízo
Pela primeira vez na nossa história, estamos amargando prejuízo. Os negócios para o mercado de caminhões e ônibus retroagiram 15 anos, com agravante de que, neste período, houve grande investimento para a ampliação da capacidade produtiva.
A preocupação atual é com a duração da crise. Por quanto tempo mais suportaremos?
Essa é a nossa maior angústia.
Produção
Sabíamos que 2015 não seria um ano bom, mas ninguém pensava em queda de 50% na produção. Por isso, as medidas foram reativas e não proativas, com férias, folgas e corte de turnos.
Em 2014, trabalhávamos em dois períodos. Hoje, estamos com apenas um e trabalhando quatro dias por semana. A capacidade instalada é de 100 mil unidades e estamos produzindo 25 mil.
Na semana passada, protocolamos o PPE (Programa de Proteção do Emprego), que prevê redução de 20% na jornada de trabalho e no salário. O governo pagará 10%, e a empresa, os outros 10%.
Investimentos
Uma das metas é nos tornamos líderes no mercado argentino. Para isso, não descartamos a possibilidade de ter uma linha de produção naquele país.
Uma das opções é usar a estrutura da Volkswagen, pois há fábricas em Pacheco e em Córdoba. Já estamos conversando para verificar a possibilidade de montarmos caminhões dentro de uma dessas unidades.
Com uma planta na Argentina, a montadora terá mais opções de crédito, já que há financiamento subsidiado para veículos pesados das marcas que produzem localmente. (Folha de S. Paulo/Gilmara Santos)