O Estado de S. Paulo
Brasil e Uruguai firmaram nesta quartafeira, 9, um acordo automotivo de livrecomércio que prevê exportação de veículos e autopeças sem impostos entre os dois países. Para isso, os produtos devem cumprir um critério mínimo de conteúdo regional 55% no caso dos bens vendidos pelo Brasil e 50% nos vendidos pelo Uruguai.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que a assinatura do acordo é um marco e favorece as relações regionais do Brasil. “O acordo tem regras de origem que contemplam as peculiaridades e estágio de desenvolvimento dos dois países”, disse Monteiro.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o acordo é um passo de confiança em um processo mais amplo de integração regional. Na cerimônia de assinatura, representantes do governo uruguaio também comemoraram o entendimento. “Para o Uruguai, é um ato muito importante de integração das cadeias produtivas”, disse o ministro das Relações Exteriores do país vizinho, Rodolfo Nin Novoa.
O presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luis Moan, disse que o acordo é positivo para o setor, que deverá aumentar as exportações para o país. “O Uruguai tem um mercado com grande potencial de crescimento”, afirmou.
Moan ressaltou que é o primeiro acordo de livre comércio brasileiro no setor em 10 anos e pode abrir um precedente para novos entendimentos do tipo. “A posição do governo brasileiro é pelo livrecomércio”. A associação projeta vender 13 mil automóveis para o Uruguai neste ano, número que deve aumentar com o livrecomércio.
Em agosto, os dois países fecharam um acordo provisório, que deixa de valer em 31 de dezembro. Na época, a cota que o Brasil poderia vender ao Uruguai sem pagar imposto de importação passou de 8.500 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças em um ano para 10.056 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças no segundo semestre deste ano.
Atualmente, os veículos brasileiros ocupam 21% do mercado uruguaio, que tem ainda a China com 28%, Índia com 14% e México e Coreia do Sul com 11% cada. Em 2006, a participação dos carros brasileiros era de 60%. (O Estado de S. Paulo/Lorenna Rodrigues)