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Seja sincero: você achava o antigo Chevrolet Cobalt feio, certo? Seu conceito irá mudar. A GM apresentou, em prévia na noite da última quarta-feira (3), o facelift do sedã-compacto médio, e conseguiu, assim como a Renault com o Logan, revolucionar o visual do modelo, que parte de R$ 52.690 na linha 2016. É ele quem promove a estreia da nova identidade visual global da marca.
Não é só isso. O Cobalt agregará também o OnStar, assistência de rastreamento e concierge recém-estreada no Cruze. Ela estará presente nas duas versões 1.8 automáticas, de topo. Servirá, ainda, de “cobaia” para debutar o MyLink 2, segunda geração do acertado sistema multimídia da fabricante. Este só não estará presente na versão de entrada, LT 1.4 manual.
Nesta nova geração, o MyLink ganhou tela tátil maior (passou de 6,2 para 7 polegadas) e com relução melhor (16 milhões de cores), além da possibilidade de espelhar celulares através dos sitemas CarPlay (Apple) e Android Auto (Google). Entrentanto, a fabricante vetou o MirrorLink, plataforma de espelhamento pleno que está presente em outros modelos. “Preferimos trabalhar com os sistemas oficiais, que atendem a padrões de segurança e permitem atualizações futuras online”, disse a UOL Carros William Bertagni, vice-presidente de engenharia e produto.
Além do Cruze, que deve ser revelado nacionalmente no Salão de São Paulo 2016 e chegar às ruas poucos meses depois, o MyLink 2 estará presente nas reestilizações de Onix, Prisma, S10, Trailblazer e Tracker, num período de dois anos, além do inédito SUV compacto nacional que substituirá o importado Tracker.
Confira abaixo a lista completa de versões do Cobalt 2016, com preços e pacote de equipamentos. Destaque para o retorno da versão Elite, usada há alguns anos pelo finado Vectra.
+ LT 1.4 MT (R$ 52.690) – rodas de aço aro 15; ar-condicionado; travas, vidros e retrovisores elétricos; chave canivete; alarme; coluna de direção ajustável.
+ LTZ 1.4 MT (R$ 57.590) – acrescenta ao pacote anterior: faróis de neblina; rodas de liga leve; sensor de estacionamento traseiro; comp de bordo; volante multifuncional; piloto automático; sistema multimídia MyLink 2.
+ LTZ 1.8 MT (R$ 59.990) – acrescenta ao pacote anterior: motor de 1,8 litro; friso cromado nas portas; volante com revestimento diferenciado.
+ LTZ 1.8 AT (R$ 65.990) – acrescenta ao pacote anterior: transmissão automática de seis marchas; sistema OnStar.
+ Elite 1.8 AT (R$ 67.990) – acrescenta ao pacote anterior: rodas com desenho exclusivo; revestimento exclusivo dos bancos; câmera de ré; sensores de iluminação e chuva; câmera de ré.
O objetivo, segundo a GM, é descolar o Cobalt de um patamar “pragmático”, onde estão Nissan Versa, Fiat Siena e o próprio Logan, e aproximá-lo do Honda City, atual referência de status (e vendas) no segmento. Deixar de ser sucesso apenas entre taxistas e subir de patamar tem um preço: a versão de entrada teve preço aumentado em R$ 4.800, enquanto a de topo encareceu R$ 10.340.
Segundo a GM, 80% dos clientes comprarão as versões 1.8 automáticas. Meta é vender entre 1.500 e 2.000 unidades ao mês, para voltar a brigar pela liderança do segmento. A cor de lançamento, usado só por esse modelo, se chama marrom Mogno.
Revolução? Não na mecânica
Além da conectividade, todos os veículos citados acima receberão também, em seus respectivos ciclos de mudança, a mais recente “cara” da Chevrolet, já existente lá fora no Malibu e na nova geração do Cruze (que chega ao mercado americano no primeiro trimestre do próximo ano), e que faz seu debute em território brasileiro com o Cobalt.
O compacto-médio mudou da água ao vinho ao trocar os faróis exageradamente grandes e seccionados por conjunto óptico harmoniosamente afiletado e fluido, que invade as laterais do capô. Por dentro, frisos prateados entre os fachos de luz são cópia descarada do Logan. Grade segue bipartida, porém alargada e com parte superior mais fina, acompanhando a altura dos faróis e sendo integrada a eles por uma grossa borda cromada.
Vincos na linha de cintura lateral são discretos e desaparecem após caimento no miolo das portas, enquanto a traseira ganhou aspecto mais arredondado com as saliências na tampa do porta-malas. As lanternas passaram de uma peça vertical simples a um conjunto bipartido horizontalizado, embora tenham preservado os traços verticais da parte externa. Mais Malibu, impossível.
Mecanicamente o Cobalt segue igual: motor 1.4 Econoflex para as versões de entrada – 4-cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando variável simples -, com capacidade para chegar a 97/102 cv de potência e 12,8/13 kgfm de torque (gasolina/etanol), e O 1.8 de mesma família (cujo bloco deriva do velho Monza) para as de topo, chegando a 106/108 cv e 16,4/17,1 kgfm. Transmissões serão sempre manual de cinco ou automática de seis velocidades.
Direção manterá assistência hidráulica e freios continuarão a usar discos ventilados na dianteira e obsoletos tambores na traseira. Rodas serão de 15 polegadas, em aço com calota apenas na versão de entrada e de liga leve, com novos desenhos para os raios. Suspensões seguem usando arquitetura MacPherson na dianteira e barra de torção na traseira.
Espaço interno, um ponto forte do Cobalt anterior, foi preservado. Entre-eixos é de 2,62 metros, 2 cm a mais do que Versa e City. Porta-malas possui volume para 563 litros. (UOL Carros/Leonardo Felix)