O Estado de S. Paulo/Reuters
A Volkswagen anunciou nesta quartafeira, 28, um prejuízo líquido de 1,73 bilhão de euros (US$ 1,9 bilhão) no terceiro trimestre deste ano, revertendo lucro de 2,9 bilhões de euros registrado em igual período de 2014. Este é o primeiro prejuízo trimestral em pelo menos 15 anos, impactada pelos custos relacionados ao escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes de motores a diesel.
Por causa de mudanças contábeis, a empresa não pode precisar quando o último prejuízo ocorreu. A empresa ainda reduziu a previsão de lucro para o ano.
O resultado foi prejudicado por despesas extraordinárias de 6,7 bilhões de euros, formadas principalmente por gastos com um recall global de 11 milhões de veículos que dispõem de um software para burlar testes de emissões de poluentes. Num escândalo que estourou no mês passado, a Volkswagen admitiu que seus veículos a diesel estão equipados com o software.
Analistas consultados pelo Wall Street Journal previam que a Volkswagen teria prejuízo menor no trimestre, de 1,6 bilhão de euros. Com o resultado trimestral, a montadora alemã ficou atrás da japonesa Toyota na liderança das vendas mundiais nos acumulado dos nove primeiros meses deste ano após ter assumido a primeira posição três meses antes.
Resultado
O lucro operacional, que não inclui o resultado na China e o impacto financeiro do recall, teve queda anual de 0,7% nos três meses até setembro, a 3,2 bilhões de euros.
A receita, que também desconsidera as operações chinesas, subiu 5,3%, a 51,5 bilhões de euros, graças a fortes vendas no oeste da Europa e apesar da fraqueza em mercados emergentes, como Brasil e Rússia.
A Volkswagen também alertou que, em função dos gastos relacionados ao escândalo, seu lucro operacional deverá cair significativamente este ano.
A montadora planeja cortar os investimentos em 1 bilhão de euros por ano em sua principal divisão, responsável por 5 milhões de carros que serão alvo de recall. A divisão de luxo Audi, fonte de cerca de 40% do lucro do grupo, também planeja cortes nos investimentos. (O Estado de S. Paulo/Reuters)