Reuters
A Volkswagen está avaliando se versões mais recentes de seu motor a diesel estão equipadas com software que frauda testes de emissões de poluentes, afirmou a companhia nesta quinta-feira, no que pode representar uma ampliação do escândalo que abalou a maior montadora de veículos da Europa.
A empresa alemã afirmou no mês passado que o software usado para trapacear em testes de emissões de poluentes nos Estados Unidos pode estar incorporado em até 11 milhões de veículos da empresa no mundo equipados com o motor a diesel EA 189.
A empresa afirmou nesta quinta-feira que está examinando se o programa pode também ter sido instalado em versões mais novas do motor diesel mais recente da companhia, o EA 288.
Isso pode elevar em milhões de unidades o número de veículos afetados, afirmou Ferdinand Dudenhoeffer, diretor do Centro de Pesquisa Automotiva da Universidade de Duisburg-Essen.
Quanto mais veículos equipados com o sistema, maiores os custos que a Volkswagen poderá incorrer para readequá-los aos atuais padrões de emissão de poluentes, bem como as multas e processos decorrentes da fraude.
“Eu acho que isso é um grande problema”, disse Dudenhoeffer, acrescentando que a falta de informação da Volkswagen torna impossível ter certeza sobre quantos veículos podem ter sido manipulados para fraudarem testes de emissões de poluentes. “Isso sugere que a companhia não conhece seu produto, o que é uma tragédia”, acrescentou.
No Brasil, a Volkswagen informou na véspera que pretende fazer recall de cerca de 17 mil picapes diesel Amarok, equipadas com motor EA 189. A convocação começa no início de 2016.
“Uma atualização do software se encontra em desenvolvimento pela matriz da empresa na Alemanha para aplicação nos países afetados a partir do primeiro trimestre de 2016”, afirmou a Volkswagen do Brasil em comunicado à imprensa. (Reuters/Andreas Cremer)