Depois da Mercedes-Benz, outras três empresas do setor negociam adesão ao PPE

DCI/Agência Estado

 

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou nesta quarta-feira, 2, que pelo menos três empresas do setor – entre montadoras e fabricantes de autopeças – estão negociando com os sindicatos para aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal. “Quem começa a negociar é porque quer participar. Acredito que os acordos devem ser fechados ainda em setembro”, disse em conversa com um grupo de jornalistas na capital gaúcha.

 

O programa, anunciado pelo governo no início de julho, permite a redução da jornada de trabalho e dos salários dos empregados na indústria em até 30% em tempos de crise ou de queda expressiva de produção. Para o empregado, o salário pode ser cortado em até 15%, já que haverá complementação do valor com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Na semana passada, a Mercedes-Benz foi a primeira montadora a aderir, evitando a demissão de mais de 1 mil funcionários. Foi acordada uma redução da jornada de trabalho em 20%, o que ocasionará um corte de salário de 10%.

 

Moan elogiou o programa, que ele considera um instrumento adicional de proteção ao emprego mais moderno e flexível do que o lay-off, por exemplo. “No caso do lay-off você pega um grupo de funcionários e deixa eles em casa sem fazer nada. O PPE permite manter o vínculo do trabalhador com a empresa.”

 

Além disso, ele acrescentou que o novo programa é “pró-ajuste fiscal”, já que o governo gasta menos com a complementação salarial do PPE do que no regime de lay-off. “Eu gostaria mesmo que esta medida fosse permanente no Brasil, porque as crises vêm e vão”, afirmou.

 

Ele também falou que outros setores da economia tendem a aderir ao PPE. “Talvez a Anfavea tenha aberto a porta, mas outros setores estão estudando”. (DCI/Agência Estado)