Auto Estrada
A General Motors reconheceu a ocorrência de 124 mortes devido a um defeito na chave de ignição de vários de seus modelos. O problema gerou um recall de nada menos de 2,6 milhões de carros, depois que ficou comprovado que o motor poderia ser desligado com o veículo em movimento, desativando simultaneamente os airbags, direção hidráulica e assistência dos freios.
Um fundo criado pela GM para compensar as mortes e ferimentos devido a esse problema vai pagar indenizações a 398 vítimas ou suas famílias.
O fundo reconheceu que 124 pessoas morreram e 274 sofreram ferimentos em acidentes resultantes da falha da chave. As indenizações por morte têm valores iniciando em um milhão de dólares, podendo atingir somas maiores dependendo de vários fatores.
Recusas somam 91%
O fundo criado especificamente para atender o caso das falhas na ignição examinou 4.342 reclamações de consumidores, encaminhadas até 31 de janeiro passado, e considerou que 91 por cento delas não eram justificadas.
Segundo a empresa, 298 das 396 propostas de indenização já foram aceitas e cinco recusadas. A aceitação implica em compromisso pelas vítimas de não processar a GM no futuro.
A empresa pagou 280 milhões de dólares a familiares de vítimas até o mês passado e espera fechar ainda acordos no valor total de US$ 625 milhões.
Problemas são maiores
O problema nas chaves não é o único enfrentado pela GM, que é alvo de 172 ações relacionadas a mortes e ferimentos relacionados aos mais de 26 milhões de veículos que foram alvo de diversos recalls no ano passado. Além disso, há cerca de cem ações coletivas em andamento, de clientes que reclamam que seus veículos sofreram desvalorização devido aos problemas constatados.
Paralelamente, a GM está sendo investigada por cinquenta procuradores-gerais de vários estados americanos, além do Departamento de Justiça do governo federal. (Auto Estrada/Jorge Meditsch)