Conversa da GM com demitidos continua sexta

Diário do Grande ABC

 

As negociações entre a direção da General Motors e os demitidos pela montadora que acamparam por 19 dias na porta da fábrica em São Caetano vão prosseguir na sexta-feira. Ontem, foi realizada a primeira rodada de conversas e, segundo representantes dos trabalhadores acampados, houve pouco tempo hábil para que quem quer voltar a trabalhar na empresa junte documentos, como o que mostra que recebem auxílio-acidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

 

A greve nas agências do INSS dificulta a obtenção de comprovantes desse tipo. Segundo o diretor do Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo) Thiago Alves, apenas a unidade de Itapevi, na Grande São Paulo, está operando normalmente e poderia oferecer esse serviço.

 

Além dessa documentação, que atesta o direito à estabilidade, a montadora pede que escrevam cartas de próprio punho argumentando os motivos pelos quais gostariam de ser reintegrados, tanto para os que têm doença profissional como quem não é sequelado. Uma das coisas que podem pesar a favor é um bom PAD (Plano Anual de Desempenho). “Esperamos as cartas das pessoas, mas para muita gente falta documentação”, disse Fábio Gandia, um dos que estavam na organização do acampamento, que ocorreu sem a participação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.

 

Em outra frente, grupo quatro de trabalhadores demitidos e em lay-off (com contratos suspensos temporariamente) vai hoje a Brasília para se encontrar com o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) e participar de audiência com o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. O objetivo é que Dias interceda junto à direção da GM pela readmissão dos cerca de 500 trabalhadores, disse o funcionário Denis Caporal, que estará no encontro. Segundo ele, a FIT Metal (Federação Interestadual dos Metalúrgicos da CTB) dará apoio financeiro à viagem da comissão. Caporal acrescentou que a mobilização está gerando outro resultado positivo: parte dos que sequelados que estavam em lay-off recebeu telegrama para voltar à fábrica nesta semana. (Diário do Grande ABC/Leone Farias e Soraia Abreu Pedrozo)