O diferencial competitivo de fazer mais com menos – menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo, menos espaço – e fornecer produtos mais competitivos e alinhados com as exigências de clientes é o grande desafio das corporações. A chamada Manufatura Enxuta se baseia nas metodologias pioneiras do Sistema Toyota de Produção e representa um importante diferencial para empresas como a Dana, sendo aplicada não só no chão de fábrica, mas na alta gestão e áreas de apoio.
Segundo o gerente sênior de Excelência Operacional da Dana no Brasil, Nelson Wagner, o grande desafio foi não engessar as áreas de função. “Definimos indicadores-chave de performance (KPI’s – Key Performance Indicators), e por meio dessa métrica passamos a acompanhar e melhorar o gerenciamento do nível de desempenho e sucesso das estratégias. ” Com base nos KPI’s e após o mapeamento do processo, os colaboradores identificaram os gargalos e a necessidade de cada time para melhorar sua performance. “Medir, medir e medir foi o ponto chave do negócio”, frisa.
DOS, o sistema operacional da Dana
A Dana adotou em 2008, para todas suas operações mundiais (são quase 100), o Dana Operating System (DOS), um “sistema operacional” composto por diversas ferramentas que estabelecem uma cultura que, apesar de baseada no Sistema Operacional da Toyota (TPS), combina outras ferramentas importantes de gestão e vai além da manufatura. “É um quebra-cabeça que envolve muitas ferramentas, ou seja, colocamos o nosso jeito de fazer as coisas dentro de um sistema”, ressalta Wagner, destacando que o DOS dissemina a cultura da mentalidade enxuta. Cem por cento dos colaboradores das fábricas (incluindo Jundiaí e Campinas) e 35% das áreas de apoio já passaram pela capacitação.
Wagner reforça que a liderança tem um papel importante para que a empresa alcance a excelência operacional junto com seus funcionários. “Acredito que a união de ferramentas eficazes com o capital humano de alto nível possibilita à Dana estar em constante inovação e com forte controle das variáveis que envolvem o trabalho.”
Gestão visual
A aplicação dos conceitos de melhoria contínua tem se tornado um diferencial competitivo na Dana, que se utiliza de ferramentas visuais para gerenciar processos e indicadores organizacionais, otimizando os métodos de controle e resolução de problemas. Esse método permite que a interação seja feita com mais facilidade, reunindo toda a equipe para controlar indicadores, ações, desafios e compartilhar informações da organização. “Realizamos uma reunião diária de 15 minutos, no qual todos do grupo compartilham o trabalho que está realizando, o que fará no dia e quais obstáculos estão sendo detectados ou que impedem de avançar”, destaca o contador e gerente de Finanças Paulo Missiaggia.
O sistema facilita a visualização da situação da operação a qualquer momento, gera responsabilização por resultados, melhorias operacionais e motivação da equipe, já que os colaboradores sabem o que devem fazer, porquê devem fazer e o que a empresa espera deles. “O comprometimento da equipe para atingir uma meta em comum aumenta quando se dá oportunidade às pessoas para que tenham ideias e encontrem soluções. Muitas vezes o simples fato de um colaborador poder falar o que pensa, trazer problemas e resoluções faz com que ele sinta sua importância, se motive e aos colegas também”, garante Missiaggia.
O gerente de finanças afirma que a gestão visual, quando utilizada de forma contínua, auxilia os funcionários a criarem processos sustentáveis que agreguem valor ao produto, eliminando custos e desperdícios e contribuindo para acelerar a evolução e o crescimento da empresa. “Esta ferramenta pode ser aplicada em qualquer tipo de processo, tanto em áreas produtivas como nas de suporte. Com ela é possível disseminar informações, reforçar a autonomia dos funcionários e enriquecer os relacionamentos para que o compartilhamento das informações torne-se cultura da empresa. ”
Fotos Katterina Zandonai/GES/Especial