AutoIndústria
Ele foi o sétimo veículo mais vendido no Brasil em janeiro, com 5,1 mil licenciamentos. Mas quase 4,7 mil deles negociados no varejo. Essa relação de 93% fez do Hyundai Creta o modelo de grande volume menos dependente das vendas diretas.
Não se tratou de comportamento episódico. Em 2024, o SUV, também o mais vendido no varejo, acumulou 97,1 mil licenciamentos, dos quais 56,1 mil diretamente com o cliente final ou quase 60% ante a média próxima de 50% do mercado de automóveis e comerciais leves.
Dos dez modelos mais vendidos em janeiro, além do Creta, somente o HR-V deveu tão pouco às negociações diretas: apenas 10% dos 4,3 mil emplacamentos, segundo aponta a Fenabrave.
A participação dos negócios no varejo também foi muito representativa no caso do Tracker, SUV mais vendido no mês e o terceiro veículo no geral. Nada menos de 4,3 mil dos 5,4 mil licenciamentos, 80%, portanto.
A Fiat Strada, líder de vendas no mês com 8,8 mil unidades, teve somente 42% das unidades vendidas no varejo. Outro Fiat, o compacto Mobi, décimo colocado em janeiro, foi quase que totalmente negociado diretamente pelas montadoras.
Das 4 mil unidades, 574 licenciamentos, menos de 15%, foram feitos após transação no varejo.
Neste caso, também, não se trata de anomalia. O carro de entrada da marca italiana tem historicamente grande apelo comercial para locadoras e frotistas. No ano passado, por exemplo, as vendas diretas representaram 82% dos licenciamentos.
Dos outros cinco automóveis que ocuparam posições entre os dez mais vendidos em janeiro, Chevrolet Onix, 68%, VW T-Cross, 65%, VW Polo, 60%, e Nissan Kicks, 58%, também, ainda que um pouco menos, tiveram o desempenho comercial fortemente atrelado ao varejo.
Só mesmo o Jeep Compass vendeu mais no atacado — 55% contra 45% —, subvertendo a média do mercado no mês, que garantiu aos negócios diretos somente 40,5% dos licenciamentos ante 59,5% no varejo. (AutoIndústria/George Guimarães)