Frota & Cia
A maior colheita de grãos da história do Brasil será escoada por rodovias que nunca foram tão boas como agora, de acordo com o Governo Federal. Os corredores do agro receberam, do Ministério dos Transportes (MT), investimento R$ 3,6 bilhões em melhorias nas rotas ao longo de 2024. No período, cerca de 298 milhões de toneladas de alimentos como arroz, feijão, soja e milho foram transportados pelo modal rodoviário.
Neste ano novos recordes serão batidos: a estimativa é de que a produção cresça 8,3%, alcançando um total de 322,47 milhões de toneladas de grãos. “O Brasil cresce em exportação porque tem infraestrutura de qualidade. E esse é um desafio nosso, porque a safra vai aumentar ainda mais”, afirmou Renan Filho, ministro dos Transportes, durante o lançamento do Plano de Escoamento da Safra 2025, ocorrido em 05 de fevereiro.
Em 2025, o MT prevê mais R$ 4,5 bilhões em investimentos voltados para a redução dos custos logísticos, bem como fortalecer a competitividade do Brasil no mercado agrícola internacional. A título de comparação, no último ano do governo Bolsonaro apenas R$ 1,98 bilhão foi destinado na área.
Integradas ao Novo PAC, as principais obras de recuperação e melhoria das rodovias federais estarão concentradas em dois eixos estratégicos: o Arco Norte e o Corredor Sul e Sudeste, fundamentais para a logística do agronegócio brasileiro. “O centro gravitacional da produção agrícola mudou, saiu do Sul e migrou para o Mato Grosso, a infraestrutura precisou toda ser deslocada”, analisa o ministro.
Corredores logísticos
As rodovias que compõem o chamado Arco Norte receberão um reforço nos investimentos, que saltarão de R$ 2 bilhões para R$ 2,6 bilhões. Esses recursos serão destinados à melhoria da malha rodoviária e à conclusão de obras estruturantes. “No governo anterior, apenas 52% das rodovias do Arco Norte eram consideradas boas, mas desde 2023, com investimento do Governo Federal, esse cenário vem mudando: agora são 83% em boas condições e apenas 3% em estado crítico. Isso reflete o avanço na qualidade da infraestrutura rodoviária brasileira”, detalhou Renan Filho.
Em 2024, obras importantes foram concluídas no Arco Norte, como a pavimentação da BR-226/MA (Baú – Timon) e da BR-235/BA (Remanso – Campo Alegre de Lourdes).
Obras que serão entregues em 2025
- Início das operações da Transnordestina (Bela Vista/PI – Iguatu/CE)
- Travessia Urbana de Jaru, na BR-364/RO
- Ponte entre Estreito e Aguiarnópolis, na BR-226/TO/MA
- Pavimentação Cocos – Div. BA/MG na BR-135/BA
- Ponte de Xambioá/TO – São Geraldo do Araguaia/PA na BR-153/TO/PA
Obras importantes para otimizar cada vez mais o transporte da produção agrícola brasileira. “Esse ano a Transnordestina vai começar a movimentar carga. No governo anterior foram quatro anos com obras paradas, mas em 2025 vai começar a transportar principalmente milho, entre o Piauí e o Ceará”, compara Filho.
Corredor Sul/Sudeste
Segundo o Governo Federal, o Corredor Sul/Sudeste receberá R$ 1,9 bilhão em investimentos para a melhoria do sistema viário por meio das seguintes obras:
Implantação de 9 Viadutos/Interseções na Rumo Malha Paulista e MRS
- Acesso ao Porto de Capuaba na BR-447/ES
- Duplicação de 87 km entre Cuiabá e Sinop na BR-163/MT
- Duplicação entre Navegantes e Gaspar na BR-470/SC
- Duplicação de 46 km entre Soledade e Lajeado na BR-386/RS
Leilões
Em continuidade ao plano neoliberal de privatizações do Governo Lula, o ministro diz que o investimento nesses dois eixos permitirá avanços essenciais para a infraestrutura do Brasil. “Vamos concluir obras, ampliar a fiscalização da pesagem e realizar nove leilões em corredores rodoviários estratégicos para o escoamento da safra”, confirma.
Serão privatizados um total de 5.517 quilômetros, o que poderá representar investimentos da ordem de R$ 91,4 bilhões, de acordo com o MT. Além disso, está prevista a concessão de 1.708 quilômetros de ferrovias, o que deverá representar mais R$ 99,7 bilhões aplicados no setor. “O Brasil realizou pouquíssimos leilões ferroviários nos últimos 40 anos e, neste ano, enfrentaremos o desafio de realizar um leilão de ferrovias e aumentaremos a participação do modal ferroviário no país”, declara Renan Filho, reafirmando a agenda neoliberal do governo federal. (Frota & Cia/Gustavo Queiroz)