Mais concorrentes esquentam a briga entre as picapes médias

AutoIndústria 

 

O segmento de picapes médias montadas sobre chassi e com capacidade de carga ao redor de 1 tonelada promete novo ano de crescimento e de disputa ainda mais intensa por clientes. Os licenciamentos de janeiro já deram o tom do que deve vir pela frente.

 

Considerados somente os sete modelos com número de vendas mais relevantes, foram emplacadas no mês passado mais de 11,7 mil unidades, expressivo salto de 37% sobre igual período de 2024.

 

Ao longo de todo o ano passado, a categoria somou pouco mais de 143 mil emplacamentos ante 121 mil registradas no ano anterior. O crescimento da ordem de 18% ficou acima da média de 14% do mercado.

 

Para 2025, a Anfavea projeta vendas de automóveis e comerciais leves 6,3% maiores do que em 2024. Não diferencia por segmento, mas é pouco provável que, a exemplo do ano passado, as picapes não evoluam significativamente mais.

 

Até pela oferta ao longo de ano completo de produtos recém atualizados ou lançamentos que chegaram às revendas há poucos meses ou ainda estão para chegar.

 

Em 2024, foram apresentadas e começaram a ser vendidas, por exemplo, as inéditas picapes Fiat Titano, agora fabricada na Argentina, onde a capacidade produtiva é maior — era feita pela Nordex, no Uruguai —, as chinesas Shark, híbrida da BYD, e JAC Hunter.

 

Além disso, a General Motors colocou nas lojas a nova Chevrolet S10 em abril, a Volkswagen  atualizou o estilo e nível de conteúdo e tecnologia da Amarok, e outra marca chinesa, a Foton, apresentou a Tunland, que começará a ser vendida mesmo neste primeiro semestre.

 

Em janeiro, a novata representante da Fiat já tratou de colocar um tempero especial na disputa da categoria ao sair à frente da Nissan Frontier e da Amarok, acumulando 882 licenciamentos contra, respectivamente, 748 e 684 unidades das concorrentes, e por pouco não alcançou a Mitsubishi L200, que somou 974 emplacamentos.

 

Desde o fim do primeiro trimestre nas concessionárias, a Titano teve 6,2 mil licenciamentos em 2024 e, admitiu a Fiat à época do lançamento, a ideia é vender, em princípio, algo próximo de 12 mil a cada ano.

 

A histórica liderança do segmento da Hilux se manteve no primeiro mês de 2025, com 3,7 mil unidades negociadas. A picape da Toyota superou a Ford Ranger (2,6 mil) e a Chevrolet S10 (2,1 mil), replicando o pódio do encerramento de 2024.

 

Porém, em janeiro de 2024, a Hilux, com 3,3 mil licenciamentos, vendera o dobro do que Ranger e S10. Enquanto os licenciamentos da Hilux cresceram 15% na comparação anual, as da Ranger avançaram nada menos do que 46% e as da S10, 25%.

 

Desde que a Ford deixou de fabricar veículos no Brasil em 2021, a Ranger passou a ser o principal produto da marca no mercado interno, congregando, portanto, as principais estratégias comerciais e de marketing da marca.

 

No ano passado, foram vendidas 31,8 mil unidades da picape fabricada na Argentina, 66% de todos os licenciamentos da Ford.

 

Se ainda é cedo para afirmar que, finalmente, a Hilux poderá ver algum risco de perder a liderança do segmento, não é demais considerar a Ranger como a candidata mais capacitada para ocupar o trono.

 

Produto não faltará para isso. A Ford tem em seu portfólio sete versões da Ranger a diesel que custam de R$ 220 mil a R$ 355 mil, sem contar a esportiva Raptor, com preço próximo de R$ 500 mil.

 

Importante: a mais barata, a Black, com tração 4×2 e, portanto, destinada sobretudo a quem não pretende fazer uso fora de estrada com frequência, começou a ser vendida somente em outubro. Tem ainda muito a contribuir, portanto. (AutoIndústria/George Guimarães)