AutoIndústria
Na nova estrutura da Anfavea, que terá um presidente contratado a partir de 27 de abril quando vence o mandato de Márcio de Lima Leite, haverá um Conselho de CEOs de montadoras, ao qual caberá referendar as principais decisões da entidade.
Uma novidade na organização, que passará por reformulação completa a partir da profissionalização já em andamento e que culminará com a indicação de um gestor profissional – provavelmente denominado presidente-executivo – a partir da próxima gestão.
Fundada em 1956, a Anfavea sempre teve presidente ligado à uma montadora e tradicionalmente houve rodízio entre as marcas, sem que nenhuma das que iniciaram produção em larga escala a partir da década de 1990, dentre as quais Renault, Honda, Peugeot, Citroën e também Toyota, tivessem a oportunidade de ocupar o cargo.
Apesar destas marcas estarem aqui há mais de 30 anos, o rodízio no período seguiu contemplando Fiat (atual Stellantis), General Motors, Volkswagen, Mercedes-Benz e antes a Ford. Também já foi tradição o primeiro vice-presidente ser automaticamente o futuro presidente, o que não aconteceu, por exemplo, na última eleição.
O primeiro vice-presidente do antecessor de Lima Leite, Luiz Carlos Moraes (mandato 2019 a 2022), era Fabrício Biondo, na época da eleição vice-presidente de Comunicação, Relações Externas e Digital do Grupo PSA (Peugeot Citroën) na América Latina.
No meio do caminho surgiu a Stellantis, que uniu FCA e PSA em janeiro de 2021, e o indicado pelo novo conglomerado automotivo, o maior do Brasil, foi Lima Leite, vice-presidente Tributário e de Relações Institucionais para a América do Sul. Biondo, que passou a ser responsável por toda a comunicação da Stellantis na região, desligou-se da Anfavea no atual mandato.
Consultoria independente
As especulações sobre mudanças na Anfavea começaram em meados do ano passado e no dia 4 de julho, em coletiva mensal da entidade, Lima Leite confirmou o que definiu como profissionalização da associação.
Na época, garantiu que associadas da Anfavea participariam do projeto por meio de um conselho formado por representantes de todas as montadoras, que escolheriam os profissionais a serem contrados, estabelecendo salários e metas.
Também foi contratada na ocasião uma consultoria independente para acompanhar todos os debates sobre o tema até que novos rumos fossem definidos.
Na gestão atual, mais exatamente em outubro de 2023, a Anfavea contratou Igor Calvet como diretor-executivo. Antes de ir para a entidade, ele trabalhou no MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e na ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
Calvet é certamente um forte candidato a assumir a presidência-executiva, mas Lima Leite, que informou sobre o Conselho de CEOs, garante que por enquanto não há nome definido para ocupar o cargo.
Nestes quase três anos do atual mandato, a Anfavea inaugurou novas sedes na capital paulista e em Brasília, buscando maior aproximação com o governo federal. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)