Honda acompanha Toyota e prepara novos motores 1.5 e 2.0 a gasolina

Motor 1

 

Apesar de ter sido abandonado por diversas montadoras nos últimos anos, o desenvolvimento de motores tradicionais a combustão continua sendo elemento estratégico dentro da indústria automobilística japonesa. Marcas como Toyota, Mazda e Subaru já trabalham em novos propulsores do tipo e, agora, a Honda anuncia que também planeja lançar em futuro próximo dois novos powertrains convencionais a gasolina.

 

Em comunicado, a Honda explicou que o projeto contempla dois novos motores, sendo ambos de quatro-cilindros e movidos a gasolina. O menor será 1.5, enquanto o maior terá 2.0 litros de deslocamento. Ambos terão injeção direta e estão sendo anunciados como “totalmente novos” (ou seja, não serão reformulações de blocos já existentes). Assim como fará a Toyota, a Honda diz que usará os novos motores na composição de sistemas híbridos.

 

Honda

 

No caso do propulsor 1.5, a Honda afirma que está trabalhando para estender a faixa de rotação na qual o motor é altamente eficiente em mais de 40% em comparação com o conjunto 1.5 híbrido atual. Haverá ainda considerável redução de peso em relação aos motores equivalentes usados hoje, embora números não tenham sido apresentados ainda. O bloco 2.0 também será eletrificado e contará com os mesmos avanço do motor menor. Ao que tudo indica, o conjunto mais potente equipará o cupê Prelude de nova geração.

 

A Honda diz ainda que os novos motores estão sendo projetados para extrair o máximo de eficiência da relação ar-combustível, de modo a entregar padrão de combustão acima da média. A meta é maximizar a queima de combustível para entregar produção de energia otimizada e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de poluentes nocivos. A nova abordagem está sendo pensada desde já para cumprir todas as regulamentações anti-poluição que vêm sendo implementadas mundo afora.

 

Além da nova família de motores, a Honda confirma o desenvolvimento de uma inédita plataforma para modelos de porte médio. A nova arquitetura já nascerá pronta para eletrificação e sustentará as próximas gerações de diversos veículos da empresa. A meta é reduzir o consumo de combustível em mais de 10% em relação à safra atual de híbridos. Para tanto, os novos carros serão mais leves (cerca de 90 kg de redução média) e terão estrutura de carroceria simplificada em relação aos híbridos existentes.

 

A nova base será amplamente compartilhada e, graças a isso, a Honda pretende reduzir pela metade os custos de produção de um híbrido que chegará em 2027 em comparação com o carro equivalente lançado em 2018. Para tanto, a meta é ter mais de 60% das peças compartilhadas entre os veículos sustentados pela plataforma. Resta saber se essas medidas de redução de custos serão repassadas aos clientes.

 

Até 2030, a Honda planeja vender 1,3 milhão de híbridos por ano. Já para 2040, o objetivo é oferecer apenas veículos elétricos com bateria ou célula de combustível. Por fim, em 2050, a meta é alcançar neutralidade de carbono em todas as operações.

 

Honda imita Toyota

 

A estratégia da Honda de seguir com o desenvolvimento de motores tradicionais é exatamente a mesma da Toyota. Ambas vêm apostando fortemente no lançamento de híbridos e não têm dado sinais de migração total para eletrificação. Enquanto outras gigantes desistem de investir em propulsores a gasolina, as japonesas seguem empenhadas em lançar novos blocos convencionais para associá-los a conjuntos eletrificados. A exceção fica por conta da Nissan, que já disse ter parado de investir em motores a gasolina. (Motor 1/Dyogo Fagundes)