AutoIndústria
Apesar de ainda ter uma participação relativamente baixa, na faixa de 7%, a demanda por carros eletrificados, incluindo híbridos e 100% elétricos, surpreendeu positivamente no Brasil, com predominância até o momento dos modelos importados.
Um quadro que já começou a mudar neste final de ano e que terá concorrência bastante acirrada em 2025, quando montadoras aqui instaladas terão produção local de híbridos e marcas chinesas iniciarão operações no País com oferta até mesmo de modelo 100% elétrico.
Pioneira mundial na oferta de um híbrido flex, com o Corolla em 2019 e na sequência o Corolla Cross, a Toyota só perdeu a hegemonia como fabricante brasileira de eletrificados há dois meses, exatamente em outubro, quando a Stellantis lançou os híbridos leves Pulse e Fastback, ambos da Fiat (veja links no final do texto).
Também nesta reta final de 2024, a BMW – que investe R$ 1,1 bilhão no Brasil – iniciou a produção na fábrica de Araquari, SC, do primeiro modelo híbrido plug-in em linha de montagem na América do Sul, o X5, com motor a combustão de 313 cv e motor elétrico de 197 cv.
A Stellantis não revela qual será sua próxima marca a ganhar a tecnologia Bio-Hybrid, fruto de um aporte de R$ 30 bilhões no País até o final da década, mas garante novidades na área de eletrificados em 2025.
Também a Volkswagen, cujo aporte foi ampliado de R$ 9 bilhões para R$ 16 bilhões até 2028, programa lançamento de híbridos flex, embora guarde segredo quanto aos modelos e datas de início de produção local.
Além disso, a própria Toyota promete para 2025 o SUV Yaris Cross híbrido flex, tendo anunciado a nacionalização do motor a combustão dos seus modelos híbridos e também a intenção de produzir baterias no Brasil.
Também a General Motors, que até recentemente garantia que os 100% elétricos seriam prioridades em sua estratégia mundial e local, anunciou este ano que o aporte de R$ 5,5 bilhões no estado de São Paulo contempla dois modelos híbridos flex.
Marcas chinesas
A bem-sucedida investida da Toyota, que elegeu a união da eletrificação com etanol como o melhor caminho brasileiro rumo à descarbonização, ganha adeptos não só entre as montadoras com operação local, como também junto a marcas que estão chegando ao País, caso das chinesas BYD e GWM.
A BYD promete inaugurar a fábrica de Camaçari, BA, em março, inicialmente para a montagem de kits SKD vindos da China do híbrido Song Pro e do elétrico a bateria Dolphin Mini ainda no primeiro semestre.
Mas já na segunda metade do ano vai produzir motores flex 1.5 plug-in no complexo industrial baiano, parte do processo de verticalização a ser adotada pela fabricante chinesa no Brasil.
O vice-presidente da empresa no Brasil, Alexandre Baldy, informa que o futuro motor nacional teve desenvolvimento conjunto das equipes chinesa e brasileira e que sua fabricação será acompanhada do início de outros processos produtivos na Bahia com vistas à localização de peças.
A GWM só inicia produção em Iracemápolis, SP, em meados de 2025, mas a empresa já procurou o Sindipeças para buscar fornecedores brasileiros visando gradativamente seu índice de localização. Além do híbrido Haval H6, dois outros modelos serão produzidos na fábrica do interior paulista a partir de 2026.
AutoIndústria reuniu alguns exemplos para falar da eletrificação em 2025, mas certamente as novidades irão além dos cases citados, visto que novas marcas chinesas prometem desembarcar por aqui e montadoras locais, como a Renault, também já anunciaram investimento em híbridos flex, embora sem revelar datas de produção e vendas.
Além disso, certamente chegarão modelos eletrificados importados, com garantia de aumento expressivo da paticipação dos híbridos e elétricos no concorrido mercado brasileiro. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)