Após três décadas, Corolla perde a hegemonia de Toyota mais vendido no Brasil

AutoIndústria

 

O ano de 2024 entrará para história da Toyota no Brasil. Pela primeira vez, em mais de três décadas, desde que começou a vender e depois produzir aqui automóveis de passeio, a montadora não terá no sedã Corolla o seu modelo mais vendido no mercado interno.

 

Com os licenciamentos registrados até novembro, já é possível assegurar que o SUV médio Corolla Cross pôs fim à hegemonia do pioneiro irmão, importado a partir dos anos 90 e com produção local iniciada em 1998. É um feito que nem mesmo modelos mais baratos, com potencial de vendas bem maior, como Etios e Ethios Sedan ou Yaris e Yaris Sedan, sequer ameaçaram alcançar.

 

A diferença de quase 10 mil unidades entre o utilitário esportivo que chegou ao mercado há menos de quatro anos e o Corolla — 44 mil contra 34,1 mil, respectivamente — representa, na prática, três meses de vendas do modelo que desde 2014 está à frente do segmento de sedãs médios, segundo a Fenabrave.

 

Enquanto em novembro o Cross alcançou 4 mil emplacamentos, o Corolla não chegou a 3,3 mil, mesma relação verificada ao longo dos dez meses anteriores deste ano.

 

Se 2024 será marcado pela a ascensão do Cross ao topo do ranking da marca, também deve ser lembrado pelo pior resultado comercial do Corolla em quase duas décadas — mais precisamente desde 2007, quando a Toyota negociou somente 34,5 mil unidades do modelo.

 

Para evitar essa mancha, necessitaria de ao menos suplantar as 41,9 mil unidades negociadas em 2021, período ainda sob forte impacto da pandemia. Ou seja: vender 8 mil unidades em dezembro, mais do que o dobro da média mensal do ano.

 

Muito pouco provável, para não dizer impossível mesmo. Desde 2020 o Corolla tem vendas estagnadas no patamar de 41 mil a 43 mil unidades, mesmo com o mercado interno de veículos de passeio tendo crescido. Importante até mais: e com “ajuda extra” do fim da produção local do Honda Civic, seu rival mais próximo ao longo de mais de vinte anos.

 

É cenário muito diferente da década anterior, quando a média anual foi da ordem de 60 mil unidades negociadas, e que sinaliza que a Toyota precisará colocar uma geração do sedã inteiramente nova o quanto antes. As sutis mudanças de acabamento e de mais conteúdos de série da linha 2025, que está chegando ao mercado neste fim de ano, dificilmente reverterão essa curva.

 

A 13ª geração, já em desenvolvimento bastante avançado, deve ser lançada mundialmente somente em 2026. Portanto, o menor prazo para ser fabricado aqui também. (AutoIndústria/George Guimarães)