Motor 1
A Anfavea apresentou nesta última quinta-feira (12) os números da indústria automobilística de novembro e fez a tradicional projeção do mercado para 2025. De acordo com a associação, a produção brasileira atingirá 2,8 milhões de veículos no próximo ano.
É um número otimista, mas que poderia ser ainda melhor caso o governo tivesse conseguido manter a taxa SELIC em 9,25% no fechamento de 2024, conforme projeções indicavam. Neste cenário, a Anfavea apontou a possibilidade de atingir o número mágico de 3 milhões de unidades produzidas no país.
O otimismo da Anfavea é amparado pelos resultados de 2024, que mesmo antes do fechamento, já é considerado um ano histórico para indústria automobilística, registrando o maior crescimento do mercado brasileiro desde 2017.
Na produção de veículos, considerando leves e pesados, a Anfavea projeta crescimento de 25,1% no acumulado de janeiro a dezembro de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, porém, aponta que haverá uma retração 9,1% no comparativo entre novembro e dezembro deste ano.
A Argentina continua sendo o principal mercado consumidor dos veículos brasileiros, que após um 1º semestre difícil, registrou bom crescimento na segunda parte do ano. Com 149.533 unidades, o país vizinho é responsável por 39,9% do volume exportado pelo Brasil.
Segundo país importador foi o México, apurando um total de 95.078 unidades no acumulado de janeiro a novembro de 2024, representando 25,3% das exportações brasileiras. Uruguai com 34.711, Colômbia com 33.381 e Chile com 16.596 aparecem na sequência como principais destinos.
No entanto, a Anfavea destaca que o Brasil vem perdendo participação de mercado nestes mercados para produtos asiáticos, que na prática, significa que o a indústria brasileira está perdendo mercado regional por conta de tecnologias que ainda não são produzidas por aqui. Ou seja, a China está crescendo ao oferecer veículos eletrificados (híbridos plug-in e elétricos) para atender o desejo dos consumidores por novas tecnologias.
Para 2025, mesmo com esses desafios, a Anfavea projeta crescimento de 6,2% nas exportações, atingindo o volume de 428 mil unidades, contra 403 mil estimados para o fechamento de 2024.
“Importações asiáticas são perigosas”, diz Anfavea
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leita, por diversas vezes apontou que o crescimento das importações de veículos produzidos em países asiáticos “são perigosas”. Mesmo que sejam de tecnologias e produtos inexistentes nas indústria brasileira, em especial os elétricos e híbridos plug-in, a associação entende que estes novos produtos podem causar quedas em empregos e afastar investimento das montadoras já instaladas.
De acordo com os dados apresentados pela Anfavea, 38,5% das importações de 2024 foram de veículos chineses – sendo quase que a totalidade deste volume são de veículos eletrificados. (Motor 1/Fábio Trindade)