Abeifa e Anfavea também criticam isenção de IPVA só para híbridos em SP

AutoIndústria

 

Proposta do governo estadual aprovada na forma do Projeto de Lei 1510 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo continua sob críticas de entidades ligadas à indústria automotiva.

 

A medida, ainda a ser sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas, define que veículos híbridos até R$ 250 mil estão isentos de IPVA nos próximos dois anos, benefício negado a modelos totalmente elétricos.

 

Nesta quinta-feira, 12, Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirmou que novas tecnologias precisam ser tratadas de forma igualitária. “Não pode haver discriminação quando se trata de descarbonização”, enfatizou o dirigente em rápida manifestação.

 

Se o representante da entidade que reúne as montadoras foi para lá de sucinto, a Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, emitiu longa nota a respeito do PL que determina ainda a retomada gradual do IPVA para os híbridos a partir de 2027 até 2030.

 

A associação diz manifestar “veemente repúdio” à aprovação do PL aprovado na terça-feira, 10:

 

“Ao estabelecer um teto de preço arbitrário e não contemplar os veículos 100% elétricos, o projeto evidencia uma política que privilegia determinados modelos e tecnologias. Essa abordagem seletiva demonstra um grave descompasso com as prioridades globais de descarbonização e transição para uma economia verde, além de contradizer o discurso do liberalismo econômico pregado pela atual gestão do governo do Estado de São Paulo”.

 

O texto afirma ainda que “uma política de incentivos fiscais precisa ser ampla, transparente e focada em soluções que efetivamente contribuam para a redução de emissões e o fortalecimento de uma matriz energética mais limpa e abrangente e, principalmente, que não privilegie somente alguns em detrimento de outros”.

 

A Abeifa entende que medidas que objetivem fomentar a mobilidade sustentável devem incluir todos os veículos com baixas emissões de poluentes, “sem criar vantagens para somente algumas tecnologias e fabricantes e desconsiderando o interesse público, o bem-estar da população e o grande potencial do Estado”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)