AutoIndústria
A GWM apresentou à cadeia fornecedora seus planos de nacionalização de peças e componentes para os veículos que serão produzidos a partir de meados do ano que vem em Iracemápolis, SP. Em reunião no Sindipeças, em São Paulo, nesta quinta-feira, 5, adiantou a potenciais parceiros que pretende deter elevado índice de conteúdo local o quanto antes.
A produção do SUV híbrido Haval H6 começará em meados do ano que vem ainda com a quase totalidade dos componentes trazidos da China. Mas a meta perseguida pela montadora para o transcorrer de 2026 é de cerca de 60% índice de nacionalização.
O porcentual para um período tão curto é ambicioso, porém obrigatório para que a GWM possa exportar veículos para demais países da América do Sul, ideia que contribuiu para a decisão de investir em fábrica no Brasil.
Há cerca de duas semanas Parker Shi, presidente da GWM International, em sua primeira visita ao País, já antecipara que a nacionalização será um dos pilares da constituição da operação local.
O índice de 60% para 2026, frisou Shi, “é uma meta”. Para atingi-la ele não descartou nem mesmo a chegada de fornecedores chineses, um ou outro integrante do próprio conglomerado da GWM. A empresa elencou perto de uma centena de itens que quer comprar aqui mesmo.
Márcio Alfonso, diretor de Engenharia & Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da GWM no Brasil, reforçou na reunião também que a empresa está aberta a estudar todas as formas de colaboração e fornecimento, desde que atendam aos requisitos técnicos, logísticos e de qualidade.
Um fornecedor local pode, por exemplo, reproduzir rigorosamente a peça feita hoje na China, fazer algo assemelhado — propor algo até melhorado com relação ao componente de fora — ou mesmo desenvolver ele próprio uma outra equivalente.
“Estamos abertos a discussões e avaliações. É importante o retorno sobre o investimento, precisamos de fornecimento de longo prazo e sustável.”
Os primeiros contratos de fornecimento serão selados oficialmente em julho — embora a GWM já venha trabalhando antecipadamente com algumas fornecedoras, como com a Bosch para o sistema flex.
Antes serão depois de semanas de workshops e reuniões para apresentação dos itens a serem nacionalizados e comprovações da capacidade técnica e de outros requisitos por parte das empresas de autopeças.
A montagem de motores no Brasil, ainda que apenas parcialmente, segue objeto de estudo, reconhece Afonso, agora também nomeado diretor de Produção. “Mas para um processo amplo de nacionalização precisamos olhar todas as oportunidades. Depende da viabilidade técnica e econômica”.
Questionado se a GWM pretende estabelecer um parque de fornecedores no entorno da fábrica paulista, Afonso reconhece que a empresa dispõe de área suficiente, mas entende ser prematuro devido ao volume inicial restrito de produção — cerca de 40 mil no primeiro ano completo.
“Acho que talvez alguma instalação para montagem de subconjuntos porque não faria sentido, por enquanto, um fornecedor ter outra operação lá”. (AutoIndústria/George Guimarães)