O Estado de S. Paulo
A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre do ano ante os três meses anteriores (abril a junho). Os setores de serviços (0,9%) e indústria (0,6%) foram os maiores responsáveis pelo resultado, que ficou acima da média de 0,8% prevista por analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. A agropecuária recuou 0,9%. Em relação ao mesmo trimestre de 2023, a variação do PIB é de 4%. O terceiro trimestre mostrou desaceleração em relação ao segundo trimestre, período em que a economia brasileira avançou 1,4%. Mesmo assim, foi definido como resultado forte. Comemorado pelo governo, o resultado reforçou entre economistas a avaliação de que a economia está trabalhando além de sua capacidade, o que dificulta o controle inflacionário. A questão fiscal também preocupa e joga mais pressão sobre o BC na administração da taxa de juros.
Puxada pelos setores de serviços e indústria, a economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, acima da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast – de 0,8%. Em relação ao mesmo trimestre de 2023, a variação chegou a 4%.
Comemorado pelo governo, o resultado reforçou entre analistas a avaliação de que a economia está trabalhando além de sua capacidade, o que dificulta o controle inflacionário e joga mais pressão sobre o Banco Central na administração da taxa de juros, em um momento em que cresce a preocupação com os rumos da política fiscal no País.
O desempenho do terceiro trimestre mostrou uma desaceleração em relação ao do segundo trimestre, quando a economia brasileira avançou 1,4%. Mesmo assim, foi definido como um resultado forte considerando que se esperava um crescimento mais modesto para o período – as projeções, no início do trimestre, estavam abaixo de 0,5%.
De acordo com os dados divulgados ontem pelo IBGE, pelo lado da oferta houve crescimento da indústria (0,6%) e do setor de serviços (0,9%). Com o resultado da safra concentrado no primeiro trimestre, a agropecuária recuou 0,9%. “Na nossa avaliação, o que surpreendeu foi a indústria. Ela acabou crescendo até mais do que esperávamos (no início do trimestre)”, afirmou Natália Cotarelli, economista do Itaú.
Pelo lado da demanda, a taxa de investimento na economia (ou, tecnicamente, formação bruta de capital fixo) continuou a crescer e avançou 2,1% no trimestre. Já o consumo das famílias apresentou crescimento de 1,5% e o do governo, de 0,8%. Em relação ao PIB, a taxa de investimento ficou em 17,6%, ante 16,4% no terceiro trimestre de 2023 – o melhor patamar para o período desde 2022 (18,3%).
“Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros”, escreveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mensagem no X. Já a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou que, após o dado do terceiro trimestre, vai revisar para cima sua estimativa para o PIB no ano (hoje, de 3,3%).
Para a secretaria, a projeção de aumento dos juros deverá restringir o ritmo de expansão de concessões de crédito e investimentos, mas impulsos do mercado de trabalho vão estimular a produção e o consumo das famílias. No trimestre encerrado em outubro, o índice de desocupação foi de 6,2%, o menor da série histórica da Pnad Contínua, também medida pelo IBGE.
O avanço da economia também pode ser explicado pelos impulsos fiscais, como os efeitos do reajuste real (acima da inflação) do salário-mínimo, que reverberam nos benefícios sociais e na Previdência e ajudam a impulsionar a demanda interna.
A expectativa agora do mercado é de variação de 0,3% para o PIB neste último trimestre do ano. Ainda assim, voltou a crescer a estimativa para o resultado fechado no ano. Segundo pesquisa do Projeções Broadcast feita ontem, a mediana das projeções subiu de 3,2% para 3,3%. Entre as instituições que revisaram seus números, estão BTG Pactual (de 3,2% para 3,3%) e Goldman Sachs (3,1% para 3,4%). (O Estado de S. Paulo/Luiz Guilherme Gerbelli, Fernanda Trisotto e Caio Spechoto)