Gustavo Couto, CEO da Vamos: “No Brasil, estamos superando a cultura de posse, mas isso ainda leva tempo”

Transporte Moderno

 

Transporte Moderno – Como está o momento da Vamos? Quais as novidades oferecidas?

Gustavo Couto – A Vamos está vivendo um momento muito especial. Somos pioneiros na locação de caminhões no Brasil e já superamos a marca de 50 mil ativos locados. Isso nos coloca em uma posição de escala e abrangência forte no mercado. Estamos muito satisfeitos com o nosso crescimento e o impacto que estamos gerando.

 

Transporte Moderno – Com esse crescimento, qual é o próximo passo, especialmente com o aumento de concorrentes. O foco será em agregar mais serviços ao modelo de locação?

Gustavo Couto – A Vamos sempre ofereceu a locação com serviços e continua a evoluir nessa direção. Desde o início, já modulamos nossa oferta, indo de locações mais simples até o “Vamos Mais Longe”, que inclui manutenção e garante 97% de disponibilidade dos nossos ativos. Esse é o nosso grande diferencial: nossa capacidade de oferecer não apenas o caminhão, mas soluções que otimizam o negócio dos nossos clientes. Estamos sempre aprendendo e aprimorando esse modelo, que tem mais de 30 anos de história, com uma base sólida proveniente da JCL, onde a Vamos nasceu.

 

Transporte Moderno – Qual é a sua visão sobre o futuro do mercado de locação no Brasil? Alguns países, como os EUA, têm uma penetração muito maior nesse modelo. O Brasil pode chegar nesse nível?

Gustavo Couto – Acredito que sim. O Brasil tem potencial para aumentar a penetração da locação, mas existem desafios. O mercado americano tem um crédito mais acessível e uma cultura de uso, não de posse, que facilita esse modelo. No Brasil, estamos superando a cultura de posse, mas isso ainda leva tempo. No entanto, a locação oferece uma alternativa mais barata e com melhor alocação de capital, o que a torna cada vez mais atraente. Acredito que estamos no caminho certo.

 

Transporte Moderno – Você percebe um aumento no interesse de setores específicos pela locação? Quais estão aderindo mais ao modelo?

Gustavo Couto – Cada vez mais os setores estão entendendo os benefícios da locação, especialmente os que precisam otimizar seus recursos e reduzir custos. A locação permite que os clientes alavanquem seu capital para a principal atividade do negócio, seja na indústria ou na agricultura. Estamos vendo mais pessoas e empresas se interessando por essa alternativa, o que nos motiva a continuar investindo nesse modelo.

 

Transporte Moderno – Como a locação pode ajudar na adoção de tecnologias mais sustentáveis, como os caminhões elétricos ou a gás?

Gustavo Couto – A locação tem um papel fundamental nesse sentido. Ela permite que as empresas experimentem novas tecnologias, como caminhões elétricos ou a gás, sem o risco de fazer um grande investimento inicial. É uma solução interessante, pois o custo desses veículos ainda é alto. A locação oferece uma maneira de testar essas tecnologias e se adaptar a elas com menor risco, ao mesmo tempo que permite que as empresas renovem suas frotas mais rapidamente. No entanto, a infraestrutura é um desafio que precisamos superar, especialmente no caso dos caminhões elétricos.

 

Transporte Moderno – Qual é a representatividade de caminhões elétricos na frota da Vamos atualmente?

Gustavo Couto – O número ainda é pequeno. Embora a gente já tenha adquirido caminhões elétricos, eles representam uma fração muito pequena da nossa frota. O mercado brasileiro ainda está em fase de adaptação, tanto em termos de custo quanto de infraestrutura. Acredito que o crescimento dessa tecnologia será gradual, mas a locação vai ajudar a acelerar esse processo.

 

Transporte Moderno – Uma novidade recente da Vamos foi o lançamento do aluguel de seminovos. Como isso funciona?

Gustavo Couto – O modelo de seminovos da Vamos é uma antecipação que fizemos para atender à demanda do mercado. Muitos clientes procuram por alternativas mais acessíveis, e a locação de seminovos com garantia oferece uma solução competitiva. Ao final de um contrato de locação, esses caminhões ainda são relativamente novos em comparação com a média da frota brasileira. Isso permite que os clientes adquiram um equipamento com boa procedência, a um custo mais baixo, e ainda com garantia da Vamos. A resposta tem sido muito positiva até agora.

 

Transporte Moderno – E como você vê o aumento da concorrência no setor? Isso é bom para o mercado?

Gustavo Couto – Sem dúvida  é saudável. Mais concorrentes no mercado significa mais opções para os clientes, o que é ótimo. E ajuda a acelerar a mudança cultural em relação à locação. A Vamos tem um histórico e uma experiência que nos coloca à frente, mas acredito que a competição é boa para todos. Isso nos desafia a melhorar continuamente e a trazer novas soluções, como o “Sempre Novo”, que lançamos antes do previsto. A competição traz dinamismo ao mercado e beneficia os clientes.

 

Assista ao episódio completo. (Transporte Moderno/Aline Feltrin)