Nunes abre crédito de R$ 63 milhões para subsidiar eletrificação dos ônibus do transporte coletivo de São Paulo

Diário do Transporte

 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, publicou decreto no Diário Oficial da Cidade nesta última quinta-feira, 21 de março de 2024, abrindo crédito de R$ 63 milhões (R$ 63.190.859,06) para subvencionar a eletrificação da frota de ônibus da capital.

 

Com mostrou o Diário do Transporte, em janeiro Nunes definiu também por decreto as normas de como a administração municipal irá proceder quanto à liberação de subsídios para as concessionárias precederem à eletrificação de seus ônibus.

 

Para definir o plano de subvenção às empresas operadoras, a prefeitura considerou alguns condicionantes, como o preço dos veículos elétricos que é, em média, 4,3 vezes superior aos ônibus a diesel.

 

Com este dado, a administração estimou um investimento de R$ 7,9 bilhões para a aquisição de todos os 2.600 ônibus, além da respectiva infraestrutura de carregamento elétrico de média tensão.

 

Esses investimentos poderiam ficar a cargo integralmente das empresas operadoras, e a prefeitura apenas as remuneraria pelo investimento nos termos do contrato de concessão.

 

No entanto, a administração municipal calculou que o custo total desse modelo seria demasiadamente elevado para os cofres públicos. Isso porque, nos contratos atuais, as concessionárias são remuneradas pela Taxa Interna de Retorno de 9,10% real a.a. sobre o investimento.

 

Foi levado em conta ainda o desafio por parte das concessionárias de acesso a crédito com taxas de juros mais baixas.

 

Com estas considerações, a prefeitura optou pelo modelo de subvenção ao investimento de eletrificação da frota, pois possui amplo acesso a crédito e com taxas mais baixas que as concessionárias.

 

Pelo modelo definido a prefeitura realizará uma transferência de capital no montante referente à diferença entre os valores dos ônibus elétricos e seus equivalentes movidos a diesel, correspondente à cerca de R$ 5,5 bilhões (entre operações de crédito externo, interno e recursos do Tesouro Municipal), ficando as concessionárias responsáveis pelos R$ 2,4 bilhões restantes.

 

As empresas de ônibus permanecerão investindo o montante equivalente aos ônibus a diesel, ficando ainda responsáveis pelos investimentos na infraestrutura de carregamento elétrico.

 

Os ônibus elétricos serão divididos entre as 24 empresas concessionárias, observando um cronograma de renovação da frota segundo a vida útil dos ônibus a diesel atualmente operados. (Diário do Transporte/Alexandre Pelegi)