Chevrolet Onix é protagonista na era pós-Volkswagen Gol

Auto Esporte

 

O Chevrolet Onix, não tem como negar, é um projeto bem-sucedido no Brasil. Na era pós-Volkswagen Gol, o hatch da GM (lançado em 2012) foi o carro que obteve a maior sequência na liderança entre os veículos vendidos do país. De 2015 a 2020, ainda na primeira geração, o Onix não deu chances para a concorrência. A segunda geração, que surgiu no final de 2019, mantém o legado de bons números do compacto. Foi eleito, inclusive, Melhor Compra de Autoesporte.

 

Como nasceu o Onix?

 

Há 16 anos, em 2008, a GM do Brasil procurava cortar custos, o que a levou a desenvolver, no ano seguinte, a plataforma GSV, que seria a responsável por fazer a marca abrir mão da influência Opel e seus projetos alemães para os anos seguintes.

 

Foi assim que, em 2012, anunciou o Onix, um hatch completamente novo com preços que variavam entre R$ 29.990 e 41.990, nas versões LS, LT e LTZ. Com isso, a Chevrolet enterrava de vez a linha Corsa, bem como antecipava o fim do Agile e do Celta, todos eles modelos compactos com foco no volume de emplacamentos. A princípio, vinha apenas com as opções de motores 1.0 e 1.4 de quatro cilindros e câmbio manual de cinco marchas.

 

Evolução ano a ano

 

A partir de 2013 (como linha 2014), trouxe a opção do câmbio automático de seis marchas. No começo de 2014, em março, o Onix Lollapalooza chegou às lojas. A edição especial de 4 mil unidades marcou o patrocínio da Chevrolet ao famoso festival de música – era baseada na versão LT 1.0 e tinha uns adesivos. No final do ano, em dezembro, a marca mostrou ainda a inédita versão Effect, com pegada esportiva. Esta já usava a LTZ como base, tinha motor 1.4 com 106 cv, câmbio manual e preço R$ 50.190.

 

No ano seguinte, em maio de 2015, o Onix Seleção era outra edição especial para celebrar a parceria com a Seleção Brasileira de futebol. Tinha 3 mil unidades e pequenos detalhes estéticos que remetiam ao time nacional, além de um pacote de equipamentos um pouco mais amplo que o usual. O preço era de R$ 44.390.

 

Mas foi só em 2016 que veio a primeira (e única) reestilização – já como linha 2017. Dianteira e traseira foram renovadas e o facelift ainda trouxe melhorias nos motores, além do câmbio manual passar de cinco para seis marchas.

 

Outras novidades foram as opções aventureira, Activ (em julho), e Joy (agosto), mais em conta e que permaneceria disponível em linha até janeiro de 2022, quando saiu de linha. Ou seja, pelo fato da atual geração do Onix ter sido lançada em novembro de 2019 (já como linha 2020), o carro antecessor chegou a coexistir com o novo por mais de dois anos. Durou até a Chevrolet se dar conta de que, além de defasado, o projeto não era mais competitivo e o custo-benefício já não era mais o mesmo.

 

O que fez do Onix um sucesso? A primeira geração, com certeza, agradava pelo espaço interno. O Chevrolet era um dos carros da categoria que efetivamente conseguia levar três pessoas no banco de trás. Posteriormente o hatch passou a oferecer transmissão automática convencional em vez dos erráticos automatizados e ganhou o público de vez. Manutenção em conta, ampla rede de concessionárias, além do consumo de combustível também jogavam a favor. O porta-malas de 280 litros era de acordo com o segmento.

 

Já os pontos negativos pairavam sobre o acabamento interno e o pequeno tanque de combustível (44 litros). E nem mesmo a má repercussão de ter sido reprovado (zero estrela) o teste de segurança do Latin NCAP e os incêndios da versão sedã tiram a pujança de vendas do carro. Em 2018, inclusive, que o Onix registrou seu melhor ano de vendas: 241.214 unidades.

 

O montante é um dos maiores registros anuais emplacamentos da história no Brasil e mais que o dobro do que o finado Ford Ka, vice-campeão à época. A primeira geração ainda teve, no início de 2018, a versão Advantage, de R$ 53.990, a mais acessível com transmissão automática.

 

No final daquele ano (já como linha 2020), surgiria a moderna segunda geração do Onix com visual remodelado e uma novidade: motor turbo. Eram oito versões com preços entre R$ 48.490 e R$ 72.990. A trajetória de sucesso da primeira geração foi tão grande que a Chevrolet manteve o hatch antigo convivendo com novo, na famosa versão Joy. Esta configuração durou até 2022 quando saiu de linha por já não representar tanto nas vendas como outrora.

 

A caminhada de sucesso continuou e continua até hoje. Em 2020, o hatch manteve o primeiro lugar e foi o carro de passeio mais vendido do Brasil, com mais de 135 mil unidades. A grande novidade da segunda geração até agora foi a versão “esportiva” RS, criada no mesmo ano.

 

Em 2021, 2022 e 2023, o Onix garantiu lugar no pódio, com uma terceira posição e dois vice-campeonatos, respectivamente. Nos dois últimos anos ficou de atrás do Hyundai HB20 e do Volkswagen Polo. Desde o lançamento lá em 2012 até janeiro de 2024, foram mais de 1,6 milhão de Onix vendidos.

 

Chevrolet Onix Linha 2024

 

O hatch é vendido em oito versões. São elas: 1.0 MT (R$ 86.150), LT MT (R$ 93.765), AT Turbo (R$ 100.730), LT MT Turbo (R$ 102.500), LT AT Turbo (R$ 108.210), LTZ AT Turbo (R$ 111.590), RS AT Turbo (R$ 113.640) e Premier AT Turbo (R$ 117.480).

 

O Chevrolet Onix tem duas opções de motorização. As versões com o 1.0 aspirado desenvolvem 78/82 cv (gasolina/etanol) e 9,7/10,6 kgfm (gasolina/etanol), sempre com câmbio manual de 6 marchas. A mais potente é a 1.0 turbo, que gera 116 cv e 16,3/16,8 kgfm (gasolina/etanol). Dependendo da versão, pode ter o mesmo câmbio manual do aspirado ou um automático de 6 marchas.

 

Novo Onix para 2025

 

No final de janeiro, a GM anunciou um plano de investimentos de R$ 7 bilhões para o Brasil entre 2024 e 2028, que prevê dois SUVs inéditos, um de entrada e um compacto-médio, mas também a renovação completa da gama no Brasil. Isso inclui a dupla Onix e Onix Plus. Com isso, deverão renovar a lista de equipamentos, bem como o visual interior e exterior.

 

Ainda que profundas, as modificações não deverão contemplar mudanças nas carrocerias, nos entre-eixos (de 2,55 m no hatch e de 2,60 m no sedã) ou em componentes mecânicos como suspensão e freios. Os dois devem ter o balanço dianteiro renovado com nova grade, para-choque e faróis. Atrás, o destaque ficará por conta dos para-choques redesenhados e novos arranjos internos para as lanternas.

 

Ambas as carrocerias deverão incorporar o quadro de instrumentos digital e a nova central multimídia MyLink, já confirmados para a linha 2025 da Spin. Novos equipamentos de segurança, inclusive ativa, podem ser incorporados à lista de itens de série dos dois compactos. Os motores 1.0 flex de três cilindros da família CSS Prime, por sua vez, serão mantidos, mas podem passar por atualizações para atender às normas do Proconve L8. (Auto Esporte/Guilherme Menezes)