AutoIndústria
O setor de locação deve repetir em 2024 o crescimento de dois dígitos registrado em 2023 e estabelecer um novo resultado histórico. Segundo a ABLA, a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, o faturamento bruto com aluguel de veículos cresceu 22% no ano passado: passou de R$ 36,8 bilhões em 2022 para R$ 44,9 bilhões, melhor número até hoje.
Evolução de dois dígitos é projetada por Marco Aurélio Nazaré, presidente da entidade, também para o aumento da frota este ano. A ABLA apurou que o setor encerrou 2023 com 1,57 milhão de automóveis e comerciais leves. Além de representar evolução de 9,5% sobre 2022, foi também a primeira vez que as empresas ultrapassaram 1,5 milhão de unidades disponíveis para locação no País.
Só no ano passado, as locadoras foram responsáveis por 590,9 mil licenciamentos de veículos novos, quantidade equivalente a 27,1% de todos os automóveis e comerciais leves negociados no mercado interno. Para adquirir essa nova frota, as associadas da entidade desembolsaram R$ 65,99 bilhões — média de R$ 112,6 mil por veículo.
A compra desses veículos implicou o recolhimento de R$ 19,1 bilhões em IPI e ICMS. Já o montante recolhido em impostos diretos sobre a locação, como PIS, COFINS, CSSL e IR, cresceu 21,3% em 2023, para R$ 5,7 bilhões.
As cerca de 20,2 mil locadoras de automóveis ativas do País registraram 75,8 milhões de usuários de aluguel ante 69,3 milhões no ano anterior, comemora a ABLA.
Veículos eletrificados ainda têm participação marginal nas locações. A frota total de 2023 é estimada em somente 8,4 mil unidades entre automóveis e comerciais leves híbridos e puramente elétricos. No ano passado, foram incorporados 3,8 mil, 36% a mais do que em 2023.
Fiat à frente e caminhões em ascensão
“O valor desses modelos é alto. Hoje as locações estão mais ligadas às empresas e para a distribuição de produtos nos grandes centros”, analisa o presidente da ABLA.
A Fiat segue sendo a marca mais consumida pelas locadoras. A representante da Stellantis negociou 154,2 mil unidades no ano passado, o equivalente a 26,1% de participação e bem à frente da Volkswagen, que teve 17,9% de penetração ou 105,6 mil veículos entregues, pouca coisa a mais que a General Motors, que contabilizou 104,6 mil veículos, 17,7%.
Um segmento da locação que merece destaque por parte de Nazaré é o de caminhões. Só em 2023, foram emplacados 10, 2 mil, 38,9% a mais do que em 2022. Com isso, o setor foi responsável por absorver 10,5% de todos os caminhões emplacados no ano no país. O total de caminhões em nome de locadoras já ultrapassou 42,7 mil. (AutoIndústria/George Guimarães)