AutoIndústria
Os admiradores da Hyundai podem comemorar: depois de um longo período sem novidades relevantes na linha, 2024 e 2025 terão sequência de lançamentos ainda não vista na trajetória de 25 anos da marca no Brasil. Serão dois ou até três veículos novos neste ano, todos importados, e outros dois nacionais no ano que vem.
“Estamos entrando numa nova era da Hyundai no País”, comemora Airton Cousseau, presidente da Hyundai Motor Brasil, que apresentou nesta quinta-feira, 6, os modelos que a montadora passará a importar. Os dois primeiros, previstos para chegarem no segundo semestre em toda a rede de duas centenas de concessionárias, são os novíssimos Palisade, um SUV de oito lugares, e o elétrico Ioniq 5.
Cousseau admite que um terceiro modelo importado pode aportar aqui no Brasil ainda em 2024. A marca vai se decidir entre o novíssimo SUV Santa Fé, que em absolutamente em nada lembra a última geração vendida aqui, ou o também utilitário esportivo compacto Kona, um híbrido. Ambos foram exibidos juntamente com Palisade e Ioniq 5.
O CEO da Hyundai confirmou que os dois futuros nacionais, um deles provavelmente a picape média Santa Cruz, serão montados na fábrica da Caoa Montadora em Anápolis, GO, de onde saem hoje o caminhão leve HR e o também SUV Tucson, produtos que esta semana começam a ser vendidos com melhorias técnicas e pequenas alterações estéticas.
A Caoa produzirá, mas a definição de quais veículos e em que volumes caberá à própria Hyundai, depois de acordo selado este mês com a histórica parceira brasileira e que, além continuidade da produção dos atuais modelos e a introdução de novos na linha de montagem de Goiás, também determinou que a importação agora é uma atribuição da empresa coreana.
Na prática, daqui para frente, a Caoa Montadora será “fornecedora” dos produtos que a Hyundai demandar. A fórmula foi a solução mais rápida e barata encontrada pela Hyundai para ampliar a capacidade produtiva no Brasil.
Cousseau reconhece que a planta de Piracicaba, SP, inaugurada há mais de uma década para a exclusiva produção de HB20, HB20 Sedan e do SUV Creta, há tempos vem trabalhando no limite de três turnos e 200 mil veículos anuais. Já chegou até a produzir mais que isso, com a empresa lançando mão de dias e horas extras.
Além de elogiar a estrutura produtiva e processos da Caoa Montadora em Anápolis, o CEO admitiu que ampliar a unidade paulista demandaria investimentos mais elevados, sobretudo na pintura, área crítica de qualquer fábrica de veículos.
Globais com mais conteúdo local
Em fevereiro, Eui-Sun Chung, CEO global do Grupo Hyundai Motor, veio ao Brasil e pessoalmente anunciou ciclo de investimento de US$ 1,1 bilhão até 2032 na operação local. Ao governo federal o executivo informou que os recursos serão destinados a “carros híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio verde”.
Já Cousseau admitiu que as próximas gerações dos veículos produzidos em Piracicaba devem ampliar o número de segmentos atendidos pela marca e serão mais integradas com a estratégia global da montadora. Leia-se: estilo, plataformas e componentes compartilhados. Diferente da opção inicial de desenvolver e produzir o HB20, modelo surgido para o mercado local, mas que se mostrou acertada nesse período.
Apesar de produtos mais globalizados, a empresa pretende aumentar as compras de componentes no País desde já, desenvolvendo os atuais ou agregando novos fornecedores.
Segundo o dirigente, a linha HB20 e o Creta têm índice de nacionalização médio de 55%. “Queremos chegar a mais de 80%”, diz o executivo, que vai coordenar também ampliação do departamento de engenharia para viabilizar os novos projetos nacionais. (AutoIndústria/George Guimarães)