O Tempo
A Renault confirmou estar em negociações com a Volkswagen para uma parceria visando o desenvolvimento de um novo carro elétrico para o mercado europeu.
A revelação foi feita pelo CEO da Renault, Luca de Meo, durante o Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça. O executivo destacou o interesse em explorar alianças estratégicas para impulsionar a oferta de veículos elétricos mais acessíveis, leia-se: abaixo dos 20 mil euros.
A Renault tem como meta lançar a nova geração do Twingo na Europa até 2026, totalmente elétrica e com preço-alvo abaixo de 20 mil euros (em torno de R$ 105 mil na conversão direta).
As negociações com diversas montadoras, incluindo a Volkswagen, visam compartilhar potencialmente a plataforma do novo Twingo, que será baseada na arquitetura AmpR Small, similar à utilizada no novo Renault 5. O objetivo é reduzir custos, possibilitando o uso de baterias mais acessíveis, como as de fosfato de ferro-lítio (LFP).
A parceria com a Volkswagen poderia impulsionar o lançamento de sucessores do e-Up, a versão elétrica do finado compacto da marca alemã, que era vendida na Europa.
O modelo em questão é tratado internamente como o Volkswagen ID.1 – que pode ser inspirado no conceito ID.Life, e ser o menor membro da nova família de elétricos da VW, que inclui o ID.4 e o ID.7, por exemplo.
Luca de Meo tem uma experiência prévia em lançamentos bem-sucedidos de carros compactos. O atual mandachuva da Renault esteve por trás, por exemplo, do lançamento da versão moderna do Fiat 500 e, ainda, colaborou com a Ford para produzir a segunda geração do Ford Ka, feito à época sob a plataforma do Fiat 500 europeu.
Agora, a Renault tem em vista reduzir significativamente os custos do novo Twingo elétrico, visando uma redução de até 40% em comparação com a geração atual, por meio de estratégias como redução de peças, otimização do processo de fabricação e adoção de componentes mais acessíveis.
Concorrência chinesa
A busca por alianças surge em um momento em que as montadoras europeias estão acelerando seus esforços para oferecer veículos elétricos com preços comparáveis aos modelos a combustão, em resposta à crescente concorrência das fabricantes chinesas.
A gigante chinesa BYD, por exemplo, confirmou recentemente que irá instalar sua primeira fábrica na Europa. A nova planta será na Hungria e deve estar operacional nos próximos 3 anos. (O Tempo/Igor Veiga)