Tegma vai operar cegonha 100% elétrica no Brasil

Blog do Caminhoneiro

 

Um Volkswagen Constellation totalmente elétrico está entrando em operação com a Tegma Gestão Logística. O caminhão foi convertido, perdendo seu motor diesel e recebendo um motor elétrico e o conjunto de baterias, e vai ser usado para o transporte de automóveis zero quilômetro.

 

Segundo Sandro Torres, gerente de Transportes da empresa, trata-se de um projeto-piloto que servirá como um “laboratório para o desenvolvimento de pontos de recarga e para testes de autonomia”.

 

Se o teste for bem-sucedido, novos investimentos poderão ser feitos para ampliar a frota de cegonhas com propulsão elétrica.

 

O veículo em teste tem autonomia de aproximadamente 500 quilômetros e estima-se que possa percorrer até 700 quilômetros em um único dia.

 

“Nossa rede de recarga está sendo desenvolvida na rota com destino ao Paraguai, mas a ideia é estabelecer outras parcerias que nos permitam testar o caminhão em rotas adicionais, tanto em território Nacional quanto internacional, como Uruguai, Chile, Argentina e Bolívia, países do Mercosul onde já atuamos”, explica ele.

 

Torres esclarece ainda que a implantação de uma malha de fornecedores para recarga de caminhões elétricos está progredindo lentamente, devido à falta de uma rede ampla de pontos de apoio que ofereçam esse serviço.

 

“Também é necessário considerar o investimento na adaptação das redes elétricas de nossos parceiros e de nossas filiais para suportar o sistema de recarga das baterias”, acrescenta.

 

Tecnologia de ponta

 

Este é o primeiro caminhão cegonha adaptado no Brasil para atender longas distâncias. O veículo passou por customizações e preparações específicas para o transporte de carros e será utilizado em parceria com os principais clientes da Tegma.

 

Sandro Torres destaca que, em recentes conversas com clientes, muitos demonstraram interesse em participar dos testes. Como são empresas globais, todas estão enfrentando uma forte pressão para incorporar soluções que reduzam a emissão de gases de efeito estufa.

 

Quanto às baterias de lítio, que atualmente representam uma das principais preocupações ambientais devido ao potencial de poluição no momento do descarte, a empresa parceira da Tegma no desenvolvimento deste projeto, uma startup captada pela tegUP – o braço de inovação da companhia – associou-se à empresa Energy Source.

 

Esta desenvolveu um processo de recuperação e reaproveitamento das matérias-primas utilizadas na fabricação das baterias de íon de lítio. O processo de reciclagem envolve métodos mecânicos e hidrometalúrgicos, com emissão zero de CO², garantindo assim a destinação adequada dos resíduos no final de sua vida útil.

 

“Estamos aproveitando toda a tecnologia disponível para desenvolver uma solução sustentável. No caso do veículo em teste, não há emissão de nenhum gás poluente ou de efeito estufa”, considerando pós abastecimento, conclui Sandro Torres. (Blog do Caminhoneiro/Rafael Brusque)