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As importações brasileiras de máquinas agrícolas e tratores cresceram 21% em 2023 e atingiram o valor recorde de US$ 1,4 bilhão. A cifra é US$ 240 milhões maior que a registrada em 2022.
Os números fazem parte de um levantamento da Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Desde 2018, as importações desses equipamentos apresentam crescimentos significativos, com exceção do ano de 2020, quando a pandemia afetou diversos setores da economia, inclusive o agronegócio.
Contudo, em 2021, com o retorno das atividades em todo o mundo, os números voltaram a crescer, e em 2022, apresentaram um salto considerável de 57% relativo ao ano anterior.
Por outro lado, de acordo com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), entre novembro de 2022 e novembro de 2023, houve uma queda de 20,8% nas vendas de máquinas agrícolas em frente ao mesmo período anterior, com faturamento de R$ 68,4 bilhões.
Por trás do avanço das importações de máquinas agrícolas
Para Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, o aumento nas importações de máquinas agrícolas e tratores reflete um aumento da demanda no mercado brasileiro, que tem uma forte atuação no agronegócio, especialmente tratando-se de um país que exporta diversas commodities agrícolas.
“O crescimento desde 2018 nas importações de máquinas e tratores é resultado do aumento da demanda desses itens no mercado brasileiro, que tem uma forte atuação no agronegócio. Com a posição dominante do nosso país no segmento – as previsões do IBGE apontavam safra recorde em 2023 para leguminosas, oleaginosas e cereais, por exemplo –, precisamos investir cada vez mais em equipamentos para seguir tendo os ganhos de produtividade que tivemos nos últimos anos”, explica.
Por outro lado, Baltieri ressalta que houve uma queda nas importações a partir do segundo semestre de 2023 (e consequentemente, de vendas), comparado aos anos anteriores”.
“Podemos dizer que o setor agrícola está mais cauteloso ao realizar investimentos tão altos quanto em máquinas e produtos duráveis para a próxima safra”, conclui. (Money Times/Pasquale Augusto)