AutoIndústria
A perspectiva de crescimento da ordem de 14% do mercado interno de caminhões em 2024 e a aceleração das vendas nos últimos meses do ano passado já alteraram o ritmo de trabalho na Scania. A montadora de origem sueca acaba de reiniciar o segundo turno de produção na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, após dez meses de interrupção.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de outubro do ano passado até janeiro a Scania contratou 380 trabalhadores e agora retomou o segundo turno após as férias coletivas de fim de ano.
“A expectativa é de que novas contratações aconteçam ainda no primeiro semestre”, afirma a entidade em nota. “As contratações são resultado de negociações sindicais e refletem as ações positivas do governo que trazem maior segurança ao setor automobilístico.”
“A taxa de juros alta como estava inviabilizava a compra, a redução ajudou a alavancar o mercado de caminhões. A expectativa para 2024 é que possa acontecer um recorde de produção na planta de São Bernardo do Campo, acima de 28 mil unidades produzidas”, acrescentou Francisco Souza dos Santos, coordenador da representação sindical na Scania.
O dirigente também arrisca que a planta de São Bernardo do Campo, onde são fabricados ainda chassis de ônibus e motores, volte a produzir em três turnos em alguns setores até a metade do ano.
A Scania encerrou o segundo turno em março, quando as vendas de caminhões registravam forte declínio em função, sobretudo, do aumento de preços provocado pela adoção obrigatória de motores Euro 6, mais caros e menos poluentes, altas taxas de juros e das vendas antecipadas pelos transportadores no fim de 2022.
À época a montadora justificou a medida alegando que estava “ajustando a produção à demanda”, ainda que em algumas áreas o ritmo de trabalho tenha sido mantido. Na oportunidade, a empresa também decidiu não renovar os contratos de trabalhadores temporários.
Já em dezembro, porém, Alex Nucci, diretor comercial da companhia, descreveu um cenário bem mais positivo:
“O ano de 2023 começou difícil, com custo maiores, restrições no crédito, juros altos e excesso de veículo Euro 5. De agosto em diante e, particularmente no último trimestre, o ambiente é outro. As vendas começaram a destravar. As compras do varejo estão voltando e o mercado já assimilou o Euro 6, que já chega a representar 70% das vendas”.
Nucci revelou que já tem para o primeiro trimestre compromisso de entregas de 60% da produção programada para o período e entre 30% e 40% para o segundo trimestre. (AutoIndústria)