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A produção de veículos no Brasil está prevista para aumentar em 6,2% este ano, impulsionada pelo programa Mover. A iniciativa, que visa estimular o setor automotivo, inclui redução de tributos. Um especialista da Becomex explica como essa medida impactará positivamente a indústria, destacando os benefícios para fabricantes e consumidores.
O setor automotivo começa 2024 com expectativa de crescimento de 6,2%, segundo a Anfavea, entidade que representa as montadoras. A boa notícia vem puxada pela medida provisória que cria o Mover (Mobilidade Verde e Inovação), programa que vai substituir o Rota 2030 e se tornar o novo plano estratégico lançado pelo Governo Federal para o desenvolvimento do setor automotivo no Brasil.
De acordo com o governo, o Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.
“Nessa etapa, o programa quer incentivar a descarbonização dos veículos brasileiros, com estímulo à produção de novas tecnologias, a promoção do uso de biocombustíveis e energias alternativas,” explica Denys Cabral, Head de Inovação Automotiva da Becomex, empresa brasileira de tecnologia e negócios trabalha há 16 anos no mercado e atende diversas montadoras.
O novo conjunto de regras vai promover a expansão de investimentos em eficiência energética, incluindo limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e cobrando menos imposto de quem polui menos, com a criação do chamado “IPI Verde”.
O programa prevê incentivos à indústria automobilística de até R$ 19 bilhões nos seus cinco anos de duração e redução de impostos para empresas do setor automotivo. Em contrapartida, as empresas se comprometem a investir em pesquisa e desenvolvimento.
De acordo com análise da Becomex, a redução tributária irá aquecer o mercado, impulsionar novos postos de trabalho e atualizar as empresas que possuem plantas no país a utilizar inovação para produzir carros mais sustentáveis. “O novo regime estabelece para todas as empresas envolvidas na cadeia automotiva a meta de reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030, com requisitos mínimos para que os veículos saiam das fábricas mais econômicos, mais seguros e menos poluentes”, afirma Cabral.
Atualmente, a Becomex mitiga os desafios que o programa impõe e auxilia as empresas a aproveitarem os benefícios disponíveis. “O Mover oferece ainda estímulo à realocação de plantas industriais de outros países no Brasil. As empresas que vierem para cá terão crédito financeiro equivalente ao imposto de importação incidente na transferência das células de produção e equipamentos e também terão abatimentos em impostos relativos à exportação de produtos e sistemas elaborados no país”, analisa o executivo, com ampla experiência de 22 anos na indústria automotiva, com passagens pelos grupos PSA e Stellantis, atuando em projetos de engenharia, custos e controladoria e com experiências profissionais dentro e fora do Brasil, em postos na Argentina e na França.
Para 2024, os incentivos serão de R$ 3,5 bilhões e devem chegar a R$ 4,1 bilhões em 2028. No Rota 2030, o incentivo médio anual foi de R$ 1,7 bilhão. De acordo com o governo, os valores deverão ser convertidos em créditos financeiros.
O novo regime estabelece, para todas as empresas envolvidas na cadeia automotiva, a meta de reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030, indicando requisitos mínimos para que os veículos saiam das fábricas mais econômicos, mais seguros e menos poluentes. (Mecânica Online)