O Estado de S. Paulo
A expectativa do mercado para a inflação deste ano recuou, segundo o Boletim Focus divulgado ontem. A projeção passou de 3,9% para 3,87%. Para 2025, a previsão continuou em 3,5%, pela 25.ª semana seguida. Para o ano seguinte, a perspectiva se manteve em 3,5% pela 28.ª semana consecutiva. Os números evidenciam uma volta apenas parcial da inflação para o centro da meta, informação destacada pelo Banco Central (BC) após a manutenção da taxa de 3% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa também seguiu em 3,5%.
Nas estimativas que constam no Focus divulgadas ontem, os economistas revisaram parte das expectativas de inflação de curto prazo: a mediana para janeiro de 2024 passou de 0,37% para 0,4%. Para o IPCA de fevereiro, a estimativa continuou em 0,65%.
O relatório mostrou ainda aumento na inflação esperada para o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) neste ano. A mediana para o IGP-M em 2024 passou de alta de 4,06% para 4,08%. Há um mês, a projeção era de 4,09%. Quatro semanas antes, o porcentual de aumento esperado também era de 4%. Para 2025, a estimativa passou de 3,98% para 4%.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos valores dos produtos de atacado, como as commodities.
Selic
O mercado manteve a mediana para a expectativa de Selic mais baixa no atual ciclo de flexibilização em 9% ao ano no encerramento de 2024. Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto, para 11,75% ao ano.
O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões. Na entrevista coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois próximos encontros do Copom, de janeiro e março.
No Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,5%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,5% pela 24.ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,5%, onde se mantém por 23 semanas. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Rodrigues)