AutoIndústria
Ao divulgar o balanço de 2023 do setor automotivo nesta última quarta-feira, 10, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, fez questão de ressaltar os motivos que geraram vendas recordes do ano em dezembro.
Citou primeiro a compra de 75 mil carros pelas locadoras, volume 30% superior à média mensal do ano. E também a antecipação da compra de importados eletrificados, que a partir desde mês de janeiro voltaram a ter alíquota de importação.
Entre leves e pesados, foram comercializadas 248,6 mil unidades, volume 16,9% superior ao de novembro e 14,6% maior do que o registrado no mesmo mês de 2022. Com isso, as vendas no acumulado de 2023 chegaram 2,3 milhões de unidades, alta de 9,7% sobre o ano anterior.
“Além da maior demanda por parte das locadoras, os brasileiros foram às lojas comprar híbridos e elétricos para fugir do aumento do imposto de importação e aproveitar as promoções de varejo!”, comentou Lima Leite, informando que dezembro registrou a melhor média diária (12,4 mil unidades) dos últimos quatro anos.
Apesar dos números positivos, o presidente da Anfavea informou que a entidade não revisou projeção de crescimento de 6,1% no número de emplacamentos este ano em relação a 2023, divulgada no início de dezembro.
“A Fenabrave apresentou número maior, de 12%, praticamente o dobro do nosso índice. Faço voto que eles estejam certos. Eles, os concessionários, cheiram o mercado e nos deixam mais otimistas com a previsão divulgada pela entidade que os representa na semana passada”, comentou Lima Leite.
O executivo explicou que a Anfavea decidiu manter os 6,1% por causa das taxas de juros, que ainda estão elevadas, e do fato de a lei da retomada dos bens só vir a ter reflexos no mercado mais pra frente, talvez no segundo semestre.
Pela estimativa da Fenabrave, o mercado interno vai absorver este ano perto de 2,44 milhões de automóveis e comerciais leves. José Maurício Andreta Júnior, presidente da entidade, disse que as expectativas de curto prazo sobre o cenário econômico interno justificam as metas de crescimento da ordem de dois dígitos para todos os segmentos em 2024.
Entre os fatores positivos, citou a maior oferta de crédito e os índices de inadimplência e de desemprego. “São movimentos que contribuirão favoravelmente para os negócios sobretudo de carros de passeio”, avaliou o empresário.
A Anfavea, por sua vez, manteve todos as projeções divulgadas anteriormente, estimando alta de 6,2% na produção, para 2,47 milhão de unidades, e de 0,7% nas exportações, para 407 mil unidades.
“Temos motivos para acreditar num ano positivo para o setor automotivo brasileiro. Além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, devemos celebrar a publicação da MP 1.205 que instituiu o Mover, trazendo previsibilidade e perspectivas de novos investimentos no setor”, conclui Lima Leite. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)