Eletrificados dobram licenciamentos e já representam 4,3% do mercado interno

AutoIndústria

 

É certo que se trata ainda de participação tímida, da ordem de 4,3% de um mercado que beirou os 2,2 milhões de veículos leves. No entanto, o termo “exuberante”, escolhido pela ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, para definir o 2023 do setor não chega a ser um exagero.

 

As vendas de veículos eletrificados no Brasil superaram as melhores expectativas e encerraram o ano passado com cerca de 93,9 mil emplacamentos. O resultado supera em 91% a marca recorde registrada em 2022, quando 49,2 mil automóveis e comerciais com algum nível de eletrificação, sejam nacionais ou importados, chegaram às ruas.

 

Em dezembro, por exemplo, foram vendidas 16,3 mil unidades, quase o triplo do registrado em igual mês do ano anterior e melhor resultado mensal de toda a história.

 

Com 52,3 mil licenciamentos, os modelos plug-in representaram 56% de todos os eletrificados leves negociados no ano passado. Em dezembro, estabeleceram um novo recorde de participação. Puxados pelo bom desempenho dos novos produtos da BYD e GWM, responderam por 70% das vendas totais de eletrificado — 11,4 mil de 16,3 mil.

 

Os híbridos convencionais HEV a gasolina ou flex somaram 41,6 mil unidades em 2023 e pela primeira perderam a maior fatia do segmento.

 

Ricardo Bastos, presidente da ABVE, entende que o resultado dos eletrificados reflete conjunto de fatores favoráveis e até mesmo um desfavorável.

 

Com o anúncio em novembro do aumento, a partir deste mês, do imposto de importação de veículos elétricos e híbridos importados, muitos clientes trataram de antecipar as compras nos dois últimos meses do ano.

 

“Ainda estamos avaliando o efeito das novas alíquotas do imposto de importação, mas já posso antecipar que ainda assim teremos boas surpresas em 2024”, ponderou Bastos.

 

Toyota lidera e chinesas avançam

 

O ranking de marcas que mais vendem eletrificados no Brasil não teve alteração na primeira colocação. Com a produção nacional do Corolla e Corolla Cross híbridos, a Toyota seguiu na liderança em 2023, com 21 mil unidades.

 

A partir daí, entretanto, o ano passado ficará registrado pela ascensão de BYD e GWM. As duas marcas chinesas saíram do anonimato de 2022 para disputarem as primeiras colocações do segmento e prometem muito mais em 2024, quando começarão a montar seus primeiros veículos no País.

 

A BYD já apareceu na segunda posição em 2023, com 17,9 mil licenciamentos, enquanto a GWM somou 11,5 mil e praticamente empatou com a terceira colocada JAC (11,8 mil), igualmente chinesa mas há bem mais tempo no mercado brasileiro.

 

Em tempo: com 6,8 mil unidades, o BYD Dolphin foi o elétrico puro mais vendido no mercado interno. O segundo colocado, o Volvo XC40, aparece bem atrás, com somente 1,8 mil unidades negociadas. (AutoIndústria/George Guimarães)