GWM revê planos e pode iniciar produção nacional em maio com Haval H6

Motor 1

 

A GWM está entrando na fase final antes de iniciar a produção na fábrica em Iracemápolis (SP), prevista para maio. Porém, a volta do imposto de importação para carros elétricos e híbridos obrigou a fabricante chinesa a rever o seu cronograma. Se antes a ideia era montar a picape média Poer e um SUV derivado da submarca Tank, agora a ideia é ter um modelo da linha Haval, podendo ser o Haval H6 vendido atualmente ou um modelo inédito com o nome H4.

 

Foi o que revelou Ricardo Bastos, diretor de relações governamentais da GWM no Brasil, em conversa com a agência Auto Data. Bastos disse que o complexo em Iracemápolis seguirá a data prevista para início das operações, montando os primeiros veículos em maio ou, no mais tardar, o início de junho. O executivo afirma que as máquinas estão chegando e a empresa segue contratando funcionários para a linha de produção.

 

O problema é qual será o primeiro veículo a ser produzido. Até agora, a GWM dizia que seria a picape média Poer ou um SUV grande da marca Tank, com o outro chegando três meses depois, aproveitando que compartilham plataformas, motorização e componentes. A volta do imposto afetou a rentabilidade da empresa, que decidiu adiar a dupla para dar prioridade para um utilitário da linha Haval.

 

“Talvez troquemos o produto. E em vez da plataforma off-road, que incluía a picape e um SUV, devemos jogá-la para a frente e convocar veículo de plataforma como é o Haval. Porque este é um produto que já testamos, que o consumidor mostrou que gostou e, para nós, neste momento de aumento de imposto, é uma escolha mais segura”, explica Bastos.

 

A aposta mais óbvia é a nacionalização do Haval H6, que já está nas concessionárias e tem clientes esperando mais de um mês pela entrega. Sua montagem no Brasil ajudaria a aumentar o volume de emplacamentos e reduzir o tempo de espera, além de ser um produto já conhecido e com uma margem de lucro maior.

 

Outra possibilidade é um Haval menor, que seria batizado como H4, que teria um porte mais parecido com o Jeep Compass e em uma faixa de preços próxima dos SUVs compactos topo de linha. Fontes ligadas à GWM nos explicaram que a marca ainda discute como proceder e não sabe nem mesmo se venderá o carro com um sistema híbrido normal ou plug-in.

 

E qual carro poderia ser o H4? Até agora, acreditava-se que seria o Jolion, um SUV de 4,47 metros de comprimento e com motor 1.5 turbo híbrido de 190 cv. O Jolion inclusive foi avistado em testes no Brasil. Porém, vai completar quatro anos de mercado e deixou de ser vendido na China, sendo destinado somente para exportação. Assim, a GWM pode optar por um modelo mais atual.

 

Uma outra possibilidade é o Chitu, que estreou em 2021 na China. Praticamente substituiu o Jolion, medindo 4,47 m e com uma versão mais atual do 1.5 turbo híbrido, entregando os mesmos 190 cv porém com um sistema mais eficiente. Seu design também é mais bem resolvido e lembra mais o H6, inclusive com lanternas com desenho semelhante.

 

Apesar do Tank nacional ter sido adiado, nossas fontes adiantam que a submarca pode estrear no Brasil ainda em 2024, chegando importado. A GWM sempre afirmou que o utilitário seria um modelo novo, e que não havia sido apresentado na China, mesmo caso da picape. Tanto a caminhonete quanto o SUV terão motorizações híbridas, mas a ideia era que estreasse a versão flex do motor, o que deve ficar para um dos carros da linha Haval. (Motor 1/Nicolas Tavares)