Feriados afetam emplacamentos em novembro

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Com até três feriados no mês (dependendo da localidade), o mês de novembro fechou com pequena retração no número de veículos emplacados. Segundo dados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, foram emplacadas 361.206 unidades, contra 375.410 no mês de outubro. O resultado, porém, foi 5,35% superior ao registrado em novembro de 2022.

 

“Tivemos estados importantes, como São Paulo, com apenas 19 dias úteis (foram 21 em outubro), o que afeta o número de emplacamentos. Mas tivemos sinais positivos, como o aumento das vendas diárias, que nos apontam que o resultado teria sido outro se não houvesse esses feriados no mês. Notamos queda nas taxas de juros e melhora no ambiente de crédito para o setor automotivo, devido à menor inadimplência e à queda, para 7,6%, na taxa de desocupação da população no trimestre (dados PNAD – Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio), que podem ter ajudado a destravar o mercado, especialmente, no varejo, para pessoas físicas”, analisa Andreta Jr., Presidente da FENABRAVE, lembrando que, segundo informações do último relatório do Banco Central, a inadimplência para aquisição de veículos recuou 0,1 ponto percentual, enquanto o volume de transações cresceu 1,1%.

 

Automóveis e Comerciais leves

 

Os segmentos têm se mantido acima do volume médio de 2022 e, em novembro, foram beneficiados com a melhora do crédito e com a redução das taxas de juros para financiamentos. “Com a melhora da carteira de crédito, os bancos passaram a ofertar melhores condições para financiamentos de automóveis e comerciais leves. Pequenas mudanças, como taxas de juros mais atraentes ou uma menor restrição na liberação dos financiamentos, por exemplo, fizeram diferença nos volumes emplacados”, diz Andreta Jr., complementando que a redução dos índices de desocupação da população também impacta na confiança do consumidor e instituições financeiras.

 

Segundo dados divulgados pelo IBGE, no último trimestre, houve recuo de 0,3 ponto percentual em relação aos três meses anteriores, sendo a menor taxa desde o trimestre móvel, encerrado em fevereiro de 2015.

 

Automóveis e Comerciais Leves Eletrificados

 

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves eletrificados cresceram no mês, mesmo com menor número de dias úteis. “Foram 10,6 mil eletrificados emplacados em novembro, com uma alta de 34,7% nas vendas de elétricos. No ano, a soma de elétricos e híbridos já acumula 77,6 mil unidades. É um mercado em consolidação e com boa evolução em 2023”, enumera Andreta Jr.

 

Caminhões

 

Após enfrentar meses de instabilidade conjuntural, o segmento de caminhões começa a dar sinais de recuperação. “O ano foi desafiador para caminhões, até o momento. Os fatores que impediam melhores resultados, para caminhões, como o custo do crédito e dos veículos Euro 6, parecem arrefecer, aos poucos. Já temos cerca de 90% do mercado de novos com a tecnologia do EURO 6 e os bancos das montadoras têm ofertado taxas de juros abaixo de 1% para facilitar o financiamento de caminhões, o que traz perspectivas mais otimistas para o setor, principalmente, em 2024”, diz o Presidente da FENABRAVE.

 

Ônibus

 

O segmento tem chance de encerrar o ano com um dos maiores aumentos percentuais de todo o setor. “Apesar da base baixa de comparação, o mercado de ônibus vem acumulando bons números em 2023, com o retorno de investimento por parte dos transportadores e a retomada de programas governamentais de transporte público, como o Caminho da Escola, que já tem contrato para a aquisição de mais 16 mil unidades entre 2024 e 2025”, avalia o Presidente da FENABRAVE.

 

Motocicletas

 

O mercado segue aquecido com boa possibilidade de superar o volume de 1,6 milhão de motocicletas no ano. “A última vez que quebramos essa barreira foi em 2013, quando o mercado automotivo como um todo vivia um momento bem diferente do atual. Isso prova como a motocicleta se tornou importante para a mobilidade no Brasil. Os resultados poderiam ser ainda melhores não fosse a seca na Zona Franca de Manaus, que comprometeu o transporte de algumas marcas, assim como a restrição de crédito, que ainda se mantém para o segmento, no que diz respeito a financiamentos para motos de até 250 cilindradas”, afirma o Presidente da FENABRAVE.

 

Motocicletas Eletrificadas

 

As motocicletas eletrificadas somam 7,7 mil unidades emplacadas no ano até o momento, volume 17,5% maior que o do mesmo período do ano passado. (Motor Mais)