CEO admite que Volkswagen não é mais competitiva e planeja cortes

Motor 1/Reuters

 

Durante muito tempo, a Volkswagen foi uma força dominante na Europa. O Golf costumava ser o carro mais vendido por anos a fio, mas as coisas mudaram nos últimos anos. A Toyota está se fortalecendo e, com a Stellantis tendo tantas marcas, sua influência está aumentando. Se adicionarmos a isso o portfólio revitalizado da Renault e os próximos EVs baratos, como o 5 e o 4, a VW certamente tem motivos para se preocupar.

 

Além disso, a Hyundai e a Kia têm um portfólio diversificado, enquanto as marcas chinesas estão trazendo mais de seus elétricos acessíveis. Na República Popular da China, a VW foi forçada a oferecer grandes descontos para se manter competitiva, reduzindo, portanto, suas margens de lucro. Para não esquecer, a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia causaram estragos na cadeia de suprimentos da VW, criando enormes gargalos.

 

A montadora sediada em Wolfsburg ainda não se recuperou totalmente, e o futuro não parece muito promissor. Em junho, a empresa anunciou planos para cortar custos no valor de € 10 bilhões (US$ 11 bilhões) e, agora, a Reuters informa que o CEO da VW admitiu que a empresa não é mais competitiva.

 

A agência de notícias teve acesso a um post publicado pela VW em sua intranet, no qual o CEO Thomas Schäfer afirmou: “Com muitas de nossas estruturas pré-existentes, processos e altos custos, não somos mais competitivos como a marca Volkswagen”. A declaração teria sido feita em uma reunião de funcionários realizada em Wolfsburg, durante a qual Gunnar Kilian, membro do conselho de administração responsável pelos recursos humanos, disse que algumas das economias seriam obtidas com aposentadorias parciais ou antecipadas.

 

O plano de corte de custos será finalizado até o final deste ano e Kilian disse que a maior parte da economia será realizada por meio de outras medidas. A VW precisa do dinheiro para construir seu futuro elétrico e lançar a plataforma SSP, que servirá de base para diversos modelos, incluindo a nona geração do Golf, que será apenas elétrico. A empresa também está trabalhando em uma evolução da MEB e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma variante mais barata para EVs pequenos com tração dianteira, como o ID.2. (Motor 1/Reuters/Adrian Padeanu, traduzido por Leo Fortunatti)