“A Inteligência Artificial pode aprimorar o trabalho humano, mas não substituí-lo”

Portal Silvana Toazza

 

Caxias do Sul vive a ebulição na área de tecnologia e pesquisa, inserindo-se com maestria no mapa mundial de inovação. Esse movimento dialoga com a necessidade de empresas, universidades, entidades e profissionais de variadas áreas em atuar de forma colaborativa, cooperativa e evoluir juntamente no desenvolvimento coletivo em soluções fabris para melhorar a sociedade.

 

Esse momento de ouro para um modelo de negócio disruptivo ganha ênfase nesta sexta-feira (10/11), quando Caxias do Sul sedia a terceira edição do CO4U (lê-se “Co for you”), na sede do hub de inovação aberta Conexo (bairro Interlagos) – organizador do encontro que busca aproximar profissionais do ecossistema -, entre 8h e 18h30min, com temas e painelistas de fôlego. Ingressos neste link.

 

Fábio Makita, diretor administrativo do Instituto Hercílio Randon (IHR), será um dos integrantes do painel “Da Pesquisa ao Mercado”, e abordará como a pesquisa está impulsionando a inovação disruptiva na indústria de transporte. O IHR (site aqui) é um dos apoiadores do evento que impulsiona o desenvolvimento de liderança e talentos, letramento digital e tendências. Por meio de parceiras, desenvolve pesquisas que resultaram em ganhos significativos no desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor de transporte pesado.

 

Acompanhe a entrevista exclusiva concedida para este portal de notícias por Fábio Makita, diretor administrativo do Instituto Hercílio Randon, primeira instituição brasileira de ciência e tecnologia voltada ao setor automotivo, cujo nome homenageia um dos fundadores das Empresas Randon. Em 1949, os irmãos Hercílio e Raul davam início ao conglomerado das Empresas Randon. Makita é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em gestão de negócios pela Fundação Dom Cabral:

 

Que resultados o trabalho do Instituto Hercílio Randon já conquistou para o setor industrial e automotivo?

Fábio Makita: Já superamos a marca de 60 patentes depositadas e colaboramos para o desenvolvimento de produtos inovadores como o e-Sys, sistema de tração auxiliar elétrico da Suspensys, a aplicação de um novo método para obtenção de nanopartículas de nióbio em larga escala, disponível no mercado através da NIONE – unidade da Randoncorp e Frasle Mobility, além do Randon Solar, tecnologia patenteada de controle e gerenciamento de energia, e do Randon Smart, serviço de inteligência embarcada que aumenta o controle de frota e possibilita o monitoramento e potencializa a gestão de semirreboques.

 

Qual o propósito da instituição para a mercado corporativo?

Desenvolver pesquisas para produtos disruptivos, alinhados com as megatendências da indústria automotiva, também explorando novas oportunidades tecnológicas. Temos hoje 60 colaboradores. O IHR é uma instituição privada de pesquisa, apoiada pela Randoncorp, que nasceu com o objetivo de transformar o conhecimento em aplicações práticas, contribuindo para o avanço da inovação.

 

Impulsionar a inovação e o desenvolvimento de tecnologias na Serra Gaúcha e no país exige um pensamento voltado a parcerias.

Sim, atuamos por meio de pesquisas disruptivas para a indústria da mobilidade, em parceria com entidades, como institutos públicos e privados de ciência e tecnologia, universidades, empresas, startups e com órgãos de governo.

 

A indústria automotiva pesada está no radar de pesquisas da instituição. Que tipo de inovações pode-se aguardar no horizonte?

As pesquisas são orientadas a três verticais do conhecimento: eletrônica embarcada, mobilidade e materiais inteligentes. Não podemos falar sobre pesquisas específicas, pois, enquanto não forem lançadas, são sigilosas.

 

O que significa desenvolver tecnologias disruptivas?

São novas tecnologias que entregam uma performance muito diferenciada, ou tecnologias que ainda não existem, que trazem benefícios importantes à sociedade.

 

Como a Inteligência Artificial está revolucionando processos? Os empregos podem ser ameaçados?

A IA tem o potencial de automatizar tarefas e processos, porém, as habilidades humanas como criatividade, pensamento crítico e habilidades sociais são essenciais no mercado de trabalho. Portanto, a Inteligência Artificial pode complementar e aprimorar o trabalho humano, mas não substituí-lo. (Portal Silvana Toazza)