Tempo é dinheiro, e mobilidade é a chave do cofre

O Estado de S. Paulo

 

Quem nunca teve de esperar na fila de pedágio, passar no guichê na hora de pagar o estacionamento e outras inconveniências nos serviços relativos a seu veículo? Entender rotas, conciliar horários, pegar um ônibus, comprar bilhete de metrô e transitar pelas cidades com uma bicicleta podem ser experiências difíceis. Em um mundo em que o tempo é cada vez mais escasso e valioso, a mobilidade se tornou uma peça-chave na vida.

 

Nesse contexto, a melhor fluidez da mobilidade urbana nos traz reflexões e oportunidades. As tags de pagamento automático melhoraram nosso deslocamento e nossa relação com o automóvel, proporcionando maior eficiência. A facilidade ao passar por uma cancela, estacionar, lavar, abastecer e realizar compras sem colocar a mão no bolso traz vantagens: nossos carros são (e serão cada vez mais) carteiras digitais.

 

Apesar de o Brasil ter dimensões continentais, com uma malha rodoviária de 110 mil quilômetros – conforme a Confederação Nacional do Transporte –, 42% do tráfego nos pedágios ainda é manual, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). Isso mostra uma ineficiência e desacelera a jornada em direção à modernização de nossas estradas.

 

Dados atuais do Ministério do Transporte revelam que, da frota estimada de 117 milhões de veículos no País, mais de 50% se enquadram nas categorias de automóveis e caminhões. Desses, apenas 12 milhões de veículos usam tecnologia de identificação e pagamento, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (Abepam).

 

Já o levantamento da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) revela que, hoje, 70% dos motoristas que circulam pelas rodovias paulistas fazem o pagamento das tarifas de pedágio de forma automática. Considerando que, ao longo de 2022, as praças de pedágio nas rodovias de São Paulo registraram quase 1 bilhão de passagens de veículos, há potencial a ser explorado.

 

Eu, que tenho atuado na indústria de mobilidade, pude perceber que uma das principais razões para a discrepância entre o potencial e a adoção da tecnologia de pagamentos automáticos é a falta de conhecimento sobre seus benefícios. Muitos motoristas ainda desconhecem como podem simplificar suas vidas e tornar suas viagens e deslocamentos urbanos mais simples e prazerosos, mas há outros fatos.

 

Em levantamento recente, a Veloe (empresa de soluções de mobilidade e transporte controlada pelo Banco do Brasil e Bradesco) já contribuiu com a economia de 19 milhões de horas em pedágios por todo o País – o equivalente a mais de 2 mil anos de tempo livre. Também há impactos ambientais relevantes causados pela frenagem e aceleração de veículos que param nas cabines manuais de pedágio.

 

Com a passagem automática, a companhia evitou a emissão de 219.200 toneladas de dióxido de carbono (CO2), além do impacto econômico no consumo veicular: aproximadamente, 39 piscinas olímpicas de combustível.

 

São números que impressionam e que revelam a importância de examinarmos os impactos mais abrangentes da mobilidade na sociedade e sua relação com práticas sustentáveis e com aspectos que envolvem planejamento urbano, segurança, saúde, tecnologia e a própria evolução dos meios de pagamento.

 

Outro exemplo dessa evolução é o free flow, novo sistema de livre passagem que elimina a necessidade das tradicionais praças e cancelas de pedágio, graças à identificação automática dos veículos em deslocamento e com cobrança proporcional por trecho utilizado. A molidade aponta para o futuro de pagamento nas rodovias, permitindo uma circulação mais eficiente e um formato de cobrança abrangente e equânime. Nele, a cobrança automática dos veículos tagueados tende a garantir maior comodidade e fluidez e menor inadimplemento nas vias, além do desconto progressivo – quanto mais você usa a rodovia, maior desconto terá. Portanto, menos tempo e gasto.

 

Assim, é inquestionável o potencial transformador da mobilidade na vida moderna, que ajuda nossa rotina e desenha o futuro que buscamos. Um futuro de não apenas nos movermos de um ponto a outro como também fazer isso com menos fricção, riscos, perda econômica e impacto no meio ambiente. (O Estado de S. Paulo/André Turquetto, Diretor-geral da Veloe)