Venda de caminhões novos terá forte queda em 2023, preveem lojistas

Estradão

 

Por causa da fraca demanda por caminhões novos no Brasil, a Fenabrave, que representa as concessionárias no País, revisou para baixo as projeções de vendas para este ano. Conforme a federação, o Brasil emplacará 96 mil unidades. Ou seja, 23% a menos que em 2022. Ou exatamente 28 mil unidades a menos que as 124 mil entregues no ano passado. No início de 2023, a Fenabrave estimou um resultado igual ao de 2022, mas o cenário de retração mudou as expectativas.

 

Conforme o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, o mercado de caminhões sofre com a troca de tecnologia de motores, do Euro 5 para o Euro 6. O que resultou em aumento de até 30% dos preços dos caminhões.

 

Além disso, há a restrição de crédito no mercado que travou as vendas. Andreta Jr. também revela que os emplacamentos de caminhões permanecem em movimento de ajuste de mercado. “O segmento veio de dois anos muito positivos. Mas o crédito restrito e o ajuste de preços dos novos modelos afetaram o desempenho”, afirma o presidente da Fenabrave.

 

Nem créditos federais turbinaram as vendas de caminhões novos

 

Para reanimar o mercado de caminhões 0-km, o governo federal publicou em junho a Medida Provisória 1175/23, que liberou créditos para descontos em caminhões e ônibus 0-km, com valores que variam de R$ 33 mil a R$ 99.400. Assim, a chamada “MP de descontos” liberou recursos de R$ 700 milhões para caminhões e de R$ 300 milhões para ônibus.

 

Mas, conforme, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), desde a publicação MP, no dia 5 de junho, o governo liberou apenas R$ 130 milhões em créditos para caminhões. Já para os ônibus, o valor foi de R$ 190 milhões.

 

Seja como for, a Anfavea, que representa as fabricantes de veículos no País, informou que aproximadamente 400 caminhões foram vendidos com desconto. Assim, ainda falta utilizar R$ 700 milhões. (Estradão/Aline Feltrin)