Mercedes-Benz GLC: como anda a nova geração que chega ao Brasil em 2023

Motor1

 

Segundo a Mercedes-Benz, o GLC é o primeiro modelo da marca de diversos clientes e o primeiro passo para conquistar a fidelidade. Por isso a preocupação em ter um bom produto em todas as suas gerações, inclusive nesta nova que chega ao Brasil em breve e que o pessoal do Motor1.com EUA já teve a oportunidade de dirigir e contar como é.

 

Com tanta responsabilidade, este novo Mercedes-Benz GLC não corre muitos riscos. A segunda geração (ou terceira se contar o GLK) mantém seu formato básico modernizado ao invés de mudar de forma drástica. As atualizações no interior são mais significativas e com bastante do atual Classe C. Também atualizou seus motores, com sistema híbrido-leve de 48 volts com mais potência e eficiência.

 

Mais imponente e moderno

 

Embora pareça familiar, o GLC 2023 é mais moderno quando realmente se olha para ele. Os novos faróis se encaixam em uma grade mais larga e o capô recebe um par de vincos que lembram o lendário 300SL Gullwing. O entre-eixos cresceu, assim como as bitolas, e dá ao GLC uma nova proporção, com um capô longo e uma distância maior entre o eixo e o painel que dá uma impressão mais imponente como os Lexus NX e RX. Linhas limpas e sem adornos, com luzes diurnas mais pontiaguda e lanternas traseiras mais afiladas.

 

Além da aparência modernizada, há alguns detalhes excelentes. Com o pacote AMG Line, receba uma grade com diversas pequenas estrelas, além de apliques de caixas de rodas na cor do carro e parachoques mais esportivos que dispensam as aberturas de ventilação falsas da geração anterior. O novo GLC tem uma forma mais limpa, com um coeficiente de arrasto de 0,29 contra os 0,31 anteriores.

 

No interior, o GLC 2023 causa uma impressão ainda mais positiva. O painel se encaixa com os acabamentos das portas, com três saídas de ar centrais acima do sistema multimídia com tela de 11,9″ voltada ao motorista e mais duas nas laterais. Esse DNA de design é compartilhado com o Classe C, mas com algumas reduções de custos, como plástico rígido ao redor das maçanetas e na parte dianteira das portas, exatamente onde estarão suas pernas e mãos. Pelo menos o console central é bem acolchoado.

 

Emprestado do Classe S, o GLC oferece iluminação ambiente multicolorida. Também adicionando um pouco de classe, estão as faixas de estofamento MB-Tex com costura francesa no painel e nas portas, inclusas no AMG line. O couro sintético também é de série nos bancos, mesmo na versão Pinnacle, de última geração, mas a Mercedes-Benz sabe fazer esse tipo de tecido tão bem que não incomoda. O couro Nappa verdadeiro está disponível, mas custa US$ 1.450, e o MB-Tex já convence sem cobrar a mais.

 

Atingindo a curva

 

Nos Estados Unidos, o GLC só foi anunciado na versão 300, com o mesmo conjunto do sedã C300, com o 2.0 turbo e sistema híbrido-leve, conjunto disponível também no Brasil. São 258 cv e 40,8 kgfm, com um gerador integrado que adiciona 27 cv e 20,4 kgfm em situações de baixa carga para compensar o turbolag. Como resultado, o GLC 300 nunca fica sem força ou pego de surpresa para fazer uma ultrapassagem – com um pequeno problema.

 

Teoricamente, esse sistema de 48 volts dedem fazer o carro andar a partir de uma parada enquanto o motor é reativado em marcha-lenta, mas na prática é fácil pegar o GLC de surpresa. Mesmo suavemente, o 2.0 turbo sempre parece estar correndo para acompanhar suas solicitações, jogando os passageiros nos apoios de cabeça. Essa é a única desvantagem da aceleração do GLC, por tanto o motor rico em torque quanto a gentil transmissão automática de 9 marchas funcionam bem juntos em velocidades de cruzeiro.

 

O GLC 300 não é muito emocionante quando a estrada fica sinuosa mas, como qualquer Mercedes-Benz moderno, se comporta com competência. Esta unidade é de tração apenas traseira e foi conduzido como tal, com uma direção mais precisa e sensação mais leve do que eu esperava. Mas o comportamento padrão quando se força mais as entradas é uma saída de frente leve e previsível. A suspensão não é adaptativa e ajustada para o controle da rolagem da carroceria e não para a suavidade, o que ajuda a aumentar a confiança do motorista quando você quer se divertir, mas no geral, o GLC é mais tranquilo e menos esportivo. Isso podemos esperar de um futuro AMG.

 

Suave como um…Mercedes-Benz

 

O benefício dessa dinâmica suave é um rodar mais confortável e serena. O GLC faz um bom trabalho no gerenciamento de ruídos e de vento. Não há nem mesmo muito barulho de suspensão ao passar por juntas de dilatação e fiquei impressionado com a compostura do Mercedes-Benz. Se eu tivesse uma reclamação a fazer, seriam os ruídos vindos do motor em acelerações fortes, mas se acalmam bem quando se está em velocidade de cruzeiro. SE você realmente não suportar isso, um sistema de ronco artificial troca esse ruído por algo mais atrevido.

 

Além do nível de conforto e isolamento competitivo na categoria, há um dos melhores conjuntos de segurança ativa do segmento. Completo, esse carro que avaliei lidou bem com o tráfego de parada e trânsito com muita naturalidade, compensando a invasão de outros veículos na minha faixa, diminuindo um pouco a velocidade e dando mais espaço lateral quando necessário.

 

A nova tela de 11,9″ e o painel de instrumentos de 12,3″ oferecem ao motorista o controle total sobre todos esses sistemas de conforto e segurança. Ao contrário da moldura única sem graça do anterior, a tela central inclinada e o painel de instrumentos separado parecem muito mais modernos e elegantes. E tudo funciona tão bem quanto em qualquer outro modelo da marca, com uma exibição de mapa na tela e funções sugeridas e usadas com frequência em forma de mosaico. As únicas desvantagens são o controle do volume com controle deslizante por toque e as funções de climatização com uso intensivo da tela, com as quais é preciso se acostumar.

 

Ele não é barato, mas o GLC 300 2023 parece digno de seu preço elevado, graças a uma condução silenciosa e suave e a alguns recursos superdivertidos. Suas maneiras familiares e tranquilizadoras de dirigir não incomodarão os apologistas da BMW, nem o design exterior evolutivo. E a tela maior e mais nítida do GLC deve ser mais fácil de usar do que a do seu antecessor, sempre um pouco ultrapassado. Os ajustes conservadores podem não ser particularmente empolgantes, mas o GLC 2023 provavelmente manterá os clientes, o que será mais uma vitória para esse SUV premium. (Motor1/Leo Fortunatti, por Brett Evans)